Dirceu defende estudo para desvincular salário mínimo da Previdência

03/05/2004 - 20h32

Brasília, 3/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse que o governo precisa ter "responsabilidade e audácia" para administrar o país. "Audácia, neste momento, é ter responsabilidade, como fizemos agora, de não dar aumento de salário mínimo maior do que R$ 260", afirmou Dirceu.

Ele defendeu que o fato de o salário mínimo estar vinculado à Previdência Social no Brasil impede a concessão de um aumento maior do salário mínimo. Sugeriu que o governo, Congresso Nacional e sociedade discutam, em curto prazo, possibilidades para desvincular a Previdência do salário mínimo.

Dirceu participou, hoje, da abertura do Fórum Nacional para Expansão do Porto de Santos (SP), em Brasília.

O ministro José Dirceu reconheceu que o aumento do salário mínimo este ano foi baixo, mas explicou que a medida deveu-se às restrições orçamentárias de 2004. "As condições do país não permitem, neste momento, dar um aumento maior". Acrescentou que para aumentar ainda mais o salário mínimo é necessário que a economia cresça, que o país reduza os juros e o déficit da Previdência. Ele lembrou que a dívida previdenciária do país é de R$ 30 bilhões. "Quando tomamos a decisão de aumentar o salário mínimo para R$ 260, avaliamos todas as variáveis. O Governo Lula está comprometido em garantir os investimentos na infra-estrutura, no social e no crescimento do país", reiterou.

Dirceu disse que mesmo em função da pressão sobre o orçamento da União, o governo vai procurar dar aumento maior do salário mínimo no próximo ano.

Sobre os investimentos do governo federal no porto de Santos, medida cobrada pelos participantes do Fórum, o ministro disse que há restrições orçamentárias, mas que o governo vai dar prioridade nos próximos anos. Pediu ajuda do setor privado e reforçou a necessidade de investir na Parceria Público-Privada. "Se o governo tivesse condições, neste momento, de investir mais 3% do que gasta e o setor privado mais 4%, o país estaria bem melhor", reforçou.