Rio, 31/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, disse que o movimento ficou contente com a decisão do governo de liberar R$ 1,7 bilhão para a intensificar o processo de reforma agrária no país. Afirmou no entanto que somente a liberação de recursos não resolve os problemas do conflito no campo.

"A liberação tem que vir acompanhada de um debate amplo que possibilite a definição de um novo modelo político-econômico para o país", afirmou.

Stédile afirmou que "o Abril Vermelho não é um roteiro de ocupações e invasões de terra, mas sim um movimento de mobilizações organizadas e que contará também com a participação de outras entidades da sociedade civil, como a União Nacional dos Estudantes".

Para Stédile, "é preciso aproveitar este primeiro de abril para envermelhar o Brasil. É preciso que os movimentos de massa ganhem novo animo e voltem às ruas para discutir um modelo alternativo para este país. O que nós queremos é aproveitar o mês de abril para preparar um grande primeiro de maio. Vamos partir para as estradas. Nem que seja em passeatas, calados, quietos em protesto contra o capital".