Economistas defendem maior intervenção do Estado na economia

21/03/2004 - 16h18

São Paulo - "O Brasil precisa de soluções não liberais para a sua economia. Precisa de políticas intervencionistas", disse Ricardo Carneiro, professor da Unicamp, ao participar, hoje, do seminário "Queremos um outro Brasil!", organizado por deputados petistas.

O economista da Unicamp expôs alguns pontos-de-vista pessoais sobre passos que o governo poderia dar para mudar o rumo da economia. Caso, por exemplo, de retirar dos cálculos do superávit primário os gastos com as estatais. Defendeu também mais investimentos oficiais em habitação e saneamento, aumento das reservas internacionais e que os bancos públicos forneçam créditos a juros mais baixos.

Além disso, ele acredita que seria salutar a desindexão das tarifas de serviços administrados, ou monitorados, em relação ao dólar. Atrelamento que, segundo ele, "é um dos principais responsáveis pelo índice de inflação". Carneiro coordenou o plano econômico de governo do PT, na campanha para a presidência da República, em 2002.

Para João Machado, outro economista que participou do encontro, a política econômica do governo não está seguindo nenhum proposta apresentada durante as eleições. "Esta estratégia não é a que está na ‘carta aos brasileiros´, pois ali se apontava uma transição, e a atual política não aponta para isso".

O seminário foi organizado com o objetivo de fazer um balanço das políticas econômico-sociais adotadas pela administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Cerca de 400 pessoas participaram dos debates, realizados na parte da manhã.

Pedro Malavolta