Iolando Lourenço e Raquel Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil
Brasília, - O novo ministro do Governo Lula, Patrus Ananias (PT/MG), deixa o gabinete 578 de menos de 30 metros quadrados no anexo três da Câmara dos Deputados para ocupar a sala de onde sairão as decisões sobre a atuação social do Governo. Numa rápida entrevista antes de se dirigir ao Palácio do Planalto, Ananias confirmou o convite e a ida para o superministério que irá comandar todas as ações sociais do governo nos próximos anos. Nem podia se demorar: era esperado pela secretária Ana Fonseca, que coordena a unificação dos programas sociais do governo. "Estou assumindo com humildade e esperança a convocação do presidente Lula", disse.
Cristão convicto, Patrus disse se sentir preparado para enfrentar os desafios que lhe serão propostos pelo governo e o grave quadro social brasileiro. Diz que aprendeu com São Tomás de Aquino," que dizia que a humildade é a face inversa da verdade." Ananias lembrou que foi prefeito de Belo Horizonte de 1993 a 1996 e que foi bem sucedido sobretudo na área social. "Tenho as condições necessárias para assumir os desafios", disse. Ao deixar a prefeitura, contava com 85% de aprovação e teve a administração premiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Patrus não quis adiantar se fará mudanças no quadro dos ministérios nem soube avaliar se algumas pastas serão extintas para dar espaço ao novo modelo proposto pelo presidente Lula com o superminsitério. A única informação é de que sua pasta será criada por Medida Provisória, já na próxima semana, quando também será empossado.
Natural de Boaciúva (MG), Patrus é casado e pai de dois filhos. Advogado especialista em Poder Legislativo, fez mestrado em Direito Processual e doutorado em Filosofia, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Complutense de Madrid, em convênio com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais. Mesmo com o cargo parlamentar mantém vínculos com a Faculdade de Direito da PUC-MG desde 1979. Foi advogado sindical e trabalhista dos metalúrgicos, jornalistas, professores, radialistas, engenheiros e assistentes sociais.
Começou sua carreira política como vereador pelo PT, partido em que sempre militou. Atuou na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte entre 1989 e 1992, quando se elegeu prefeito da capital mineira. Ao concorrer ao Legislativo Federal, foi o deputado federal mais votado na história de Minas Gerais. Em 2002, teve 520.048 votos.