São Paulo, 22/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Durante toda a tarde de hoje, a política industrial do governo foi tema de mais uma rodada de debates entre integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e representantes dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Desenvolvimento.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva, mais uma vez criticou os setores identificados pelo governo como estratégicos para o desenvolvimento da economia e enfatizou a necessidade de priorização de áreas geradoras de emprego. "Não se pode fazer política industrial focada apenas em quatro setores", afirmou Piva.
O representante da indústria paulista ainda criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que, em sua reuinão de ontem, manteve a taxa básica de juros em 16,5% ao ano. Piva reafirmou que a decisão representa um custo desnecessário para a sociedade brasileira.
A reunião do CDES desta quinta-feira, coordenada pelo ministro Tarso Genro, integra o calendário de discussões em torno das diretrizes de política industrial divulgadas em novembro do ano passado.
O documento, elaborado pela Câmara de Política Econômica ao longo de oito meses, define como estratégicos os setores de semi-condutores, softwares, bens de capital e fármacos. O presidente da Fiesp discorda. O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social tem até 31 de março para concluir os trabalhos.
"É um debate chave para o governo. Articula de maneira ordenada os sujeitos que constroem o processo de crescimento e modernização da economia brasileira, que são os empresários, os trabalhadores, os técnicos e a estrutura estatal", disse Tarso Genro.