Quarentena é uma das medidas adotadas pelo Brasil contra a ''gripe do frango''

17/01/2004 - 16h32

Brasília, Desde os primeiros indícios de ocorrência da chamada "gripe do frango", detectados em países asiáticos como Coréia do Sul, Japão, Vietnã e Tailândia, os produtores de aves e as autoridades sanitárias e agrícolas brasileiras vêm tomando uma série de medidas para evitar que a doença entre no Brasil. Uma das principais foi o estabelecimento de uma quarentena de 72 horas para pessoas vindas da Ásia - estrangeiros ou mesmo brasileiros em missões externas - com a proibição de que visitem granjas, abatedouros ou incubadoras nesse período. A informação foi passada pelo vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes, durante entrevista ao programa "Revista Brasil", da Rádio Nacional.

Segundo ele, a orientação é receber em hotéis ou mesmo escritórios as pessoas vindas de países asiáticos. Nunca se deve levá-las de imediato em instalações onde tenham aves vivas. O alerta é necessário, lembra Mendes - que é professor titular da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) - porque a avicultura brasileira possui um alto padrão técnico, que atrai muitas visitas de especialistas estrangeiros, vindos principalmente da região mais afetada pela "gripe do frango".

A partir da ocorrência da doença no Chile, em 2001, o Ministério da Agricultura decidiu reforçar a segurança nas fronteiras, em portos e aeroportos, além de adotar uma série de restrições na importação de material genético de aves para corte e para cultura. O Brasil também está monitorando a migração de aves para o País, explica Ariel Mendes. "Geralmente as aves partem dos Estados Unidos e do Canadá utilizando duas rotas para chegar ao Brasil: uma pelo litoral, chegando ao Rio Grande do Norte, e outra pelo interior passando pelos estados do Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, área de grande concentração de produtores de aves, o que preocupa as autoridades brasileiras", ressalta.

Durante a entrevista ele contou, ainda, que existe muita incerteza dos pesquisadores se os seres humanos que contraíram a doença realmente foram contaminados por animais. "No caso de Hong Kong, l8 pessoas contraíram a doença, seis delas morreram, mas nenhuma tinha contato direto com as aves e outras pessoas, que cuidavam de granjas, não foram afetadas pela doença", concluiu.