Lula diz que não deve reclamar do que não foi feito para pensar apenas no futuro

31/10/2003 - 19h33

Brasília, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um dia depois de afirmar que ex-presidentes
foram covardes por não terem feito as mudanças necessárias ao país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amenizou o discurso e disse hoje que não deve "ficar reclamando o que não foi feito" no passado para pensar apenas no futuro. Durante cerimônia de entrega do prêmio Finep de Inovação Tecnológica, no Palácio do Planalto, o presidente ressaltou que deve começar a discutir o que é necessário fazer a partir de agora, não tendo como base governos anteriores. "Porque senão, daqui a algum tempo, outro entra e vai reclamar do que nós não fizemos. E ficamos sempre chorando o passado", disse.

Na avaliação de Lula, o governo deve definir claramente metas e objetivos do futuro, "que é o que conta". O presidente também disse que o passado serve apenas como "referência para tirar lições das coisas boas que foram feitas e não repetir as coisas más que foram feitas". E garantiu que daqui para frente vai tentar aperfeiçoar todas as suas ações de olho no futuro.

Ao comentar a visita que fez ontem aos municípios de Lagoa Santa e Campina Grande, na Paraíba, Lula disse ter certeza que vai cumprir as principais metas estabelecidas no início do seu governo. "Não existe meta que não pode ser cumprida. Existe político que pára no meio do caminho", afirmou.

O presidente citou como exemplo de sua obstinação a presença do presidente da Febraban, ontem, em pleno semi-árido nordestino, para participar da inauguração de cisternas. "Não tem nenhum cientista político ou político capaz de acreditar que eu levaria a Febraban para o semi-árido para inaugurar cisternas de R$ 1.200,00", disse.

Lula entregou o prêmio Finep para empresas vencedoras em cinco categorias. O prêmio é entregue anualmente para as empresas e instituições públicas e privadas que tenham investido na inovação tecnológica brasileira.

O presidente aproveitou a cerimônia para reiterar a sua meta de aumentar de 1% para 2% até o final do seu governo a parcela do Produto Interno Bruto (PIB) para a ciência e tecnologia. E também garantiu que vai cumprir a promessa de formar, até o ano de 2006, 10 mil doutores por ano nas universidades brasileiras.