Diretor do Instituto Camões se despede do Brasil

11/06/2003 - 21h03

Brasília, 11/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O conselheiro de Cultura da Embaixada de Portugal e diretor do Centro Cultural do Instituto Camões, Rui Rasquilho, está se despedindo do Brasil. Depois de aproximadamente oito anos divulgando a cultura lusófona no país, Rasquilho vai retornar às suas antigas funções no Ministério português da Educação, de onde deve se aposentar em 18 meses. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o conselheiro fez um balanço do seu tempo de serviço no país.

Com a vinda para o Brasil em 1995, Rasquilho implementou o centro cultural em Brasília e expandiu suas atividades para todo o território nacional. De acordo com o conselheiro, sua tarefa era divulgar a cultura portuguesa no espaço brasileiro e abrir as portas do centro na capital federal, incentivando eventos ligados ao idioma e à cultura lusófona em geral.

Rasquilho ressaltou que a resposta do público brasiliense aos eventos promovidos pelo centro cultural atualmente é "extraordinária". Ele observou que, a princípio, não havia no público de Brasília o hábito de ir aos eventos. "A partir do momento em que se criou o Instituto Camões, em que nós tivemos autonomia administrativa e financeira, é que foi possível criar um calendário de atividades", disse.

O conselheiro informou que o centro conta hoje com uma lista de e-mails com mais de duas mil pessoas, garantindo público nos eventos promovidos pela embaixada portuguesa. Rasquilho frisou que as atividades são freqüentadas por uma grande variedade de pessoas, dentre as quais universitários, professores, intelectuais, artistas, acadêmicos e alguns diplomatas.

Antes de assumir o cargo de diretor do Instituto Camões, o conselheiro morou dez anos no Marrocos. De acordo com ele, essa experiência foi muito importante na medida em que serviu para ampliar seus horizontes, ensinando-o a ser tolerante com valores culturais e idéias muito diferentes das suas. "Ao entrar em contato com outras culturas, nós desenvolvemos outra abertura mental", afirmou, acrescentando que por mais que o mundo esteja globalizado, "há sempre situações distintas que têm a ver com os povos e com suas culturas".

Natural da cidade de Alcobaça, localizada a 100 quilômetros ao norte de Lisboa, Rui Rasquilho disse que, além de adido cultural da embaixada e diretor do Instituto Camões, é também historiador e poeta. Encomendado pelo Centro Nacional de Cultura em Lisboa, ele lançou na semana passada um livro histórico-turístico sobre o Marrocos e deverá lançar, em três meses, outro livro semelhante que tratará do Brasil.

O conselheiro informou também que deverá deixar o Brasil no final deste mês. Com a sua partida, Rasquilho passa o cargo de diretor do Centro Cultural e Instituto Camões em Brasília para Adriano Jordão, que deverá assumir no final do mês de julho. O contrato de Jordão, que acumula os cargos de adido cultural da embaixada e diretor do instituto, poderá ser renovado a cada três anos.