Brasília, 23/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - "Se nós queremos que o Brasil cresça 4 a 5%, gere os empregos para a juventude, crie condições favoráveis para enfrentar crise social que herdamos, com certeza a reforma da previdência e a tributária são necessárias". A afirmação foi feita pelo ministro da Previdência Ricardo Berzoini, em entrevista transmitida pela NBR à TV Cultura de São Paulo. O ministro acredita que o Congresso Nacional vai aprovar o texto das reformas sem mudanças significativas.
Berzoini declarou que existe hoje um sistema previdenciário de servidores públicos que está profundamente desequilibrado. "Este é o foco da Reforma. Temos uma proposta equilibrada e coerente que visa dar garantia de maior justiça orçamentária ao país", destacou. Ele lembrou que hoje se gasta do Orçamento da União R$ 23 bilhões para subsidiar a aposentadoria de apenas 950 mil pessoas. A intenção do governo, segundo ele, é democratizar os recursos.
Quanto a um dos pontos mais polêmicos da Reforma, a taxação dos inativos, ele explicou que ela é razoável para quem se aposentou com uma idade bastante precoce e que tem benefício superior a uma imensa maioria dos brasileiros que se aposentou pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). "Além disso, muitos servidores passaram a contribuir a partir de 1993", disse.
O ministro disse ainda que o governo quer aperfeiçoar o sistema de cobrança do INSS, combater a sonegação, as fraudes e fazer com que a previdência do Brasil seja cada vez mais bem administrada, transparente e segura para aqueles que contribuem e exigem, com toda razão, observou.
O Brasil tem duas chances para iniciar um processo de crescimento acelerado, considerou. "Uma delas está sendo bem trabalhada pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci e sua equipe, que é uma política macroeconômica, consistente, de horizonte de estabilidade e que permita a queda gradual e segura dos juros e controle da inflação". A outra grande política, destacada pelo ministro, são as reformas estruturais da previdência e a tributária, que vão criar uma situação de maior estabilidade e justiça social para o país. "São fundamentais para que o Brasil retome o caminho", completou.