Procuradoria da República contesta valor do bloqueio feito pelo Ministério da Justiça

22/01/2009 - 20h00

Vinicius Konchinski*
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Procuradoria da República em São Paulo contestou hoje (22) asinformações do Ministério da Justiça sobre o bloqueio de valores relacionados à Operação Satiagraha. Segundo o órgão, desde setembro, a quantia foi bloqueada, mas não chega a R$ 2 bilhões, muito menos a US$ 2 bilhões (cerca de R$ 4,5 bilhões).Deacordo com a Procuradoria, o bloqueio mais recente foi tambémmaior, cerca de US$ 450 milhões (em torno de R$ 1 bilhão) que o Banco Opportunityhavia enviado a um banco de Nova York. O nome do banco e a data exata dobloqueio não foram divulgados, porém a Procuradoria informou que tomouconhecimento da ação ontem (21).O restante dos cerca de R$ 2 bilhões foram bloqueados em setembro,em três ações. A primeira delas, também foi feita com ajuda deautoridades internacionais, resultou no bloqueio de US$ 46 milhões(cerca de R$ 100 milhões), que o Opportunity havia enviado a um banco doReino Unido.Já os outros dois bloqueios são referentes aoperações feitas no Brasil. Uma, bloqueou R$ 535 milhões referentes atransferência da administração de fundos de investimentos doOpportunity para a sede brasileira do banco norte-americano BNY. Aoutra, bloqueou R$ 10 milhões, referentes a uma transferência feita daconta do ex-presidente do Opportunity, Dorio Ferman, para uma conta desua irmã em um banco brasileiro de nome não informado.OSecretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, negou-se a comentaras informações do Ministério Público, mas reafirmou o valor de mais deUS$ 2 bilhões e assegurou que o Ministério da Justiça é que detém asinformações oficiais.“Eu não sei exatamente o que o MinistérioPúblico falou, eu não acompanhei, mas eu acho que o Ministério Públicofaz um grande trabalho e eu vou procurar falar com eles. Pode ser queeles tenham mais esse valor e daí dobre”, declarou. “Aautoridade central do Brasil para esse tipo de assunto é a SecretariaNacional de Justiça”,  fez questão de destacar. em entrevista coletiva à imprensa. “Asinformações que nós temos e que os outros órgãos no Brasil têm, elastransitam por dentro da autoridade central, então elas passam por nós esão repassadas à autoridade judicial”, explicou.