Custo para reconstrução da Faixa de Gaza deve superar US$ 2 bi, afirma conselheiro palestino

22/01/2009 - 16h59

Da Agência Brasil

Brasília - O custo para reconstrução das áreas atingidas na Faixa de Gaza deve ser superior aUS$ 2 bilhões, calcula o primeiro conselheiro da embaixada da Palestina no Brasil,Salah Alqataa. Israel concluiu ontem (21) a retiradadas suas tropas da região, iniciada após anúncio de cessar-fogo feitopelo Hamas no últimodomingo (18), mas a situação segue instável.Alguns países já anunciaram envio de ajuda à Faixa de Gaza,entre eles Portugal, que deve encaminhar US$ 400 mil, segundo a Agência das NaçõesUnidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa). Como Israel domina asfronteiras, Alqataa afirmou que “depende de Israel deixar entrar a ajuda”. A distribuição dos recursos também é polêmica. “Segue umaguerra diplomática, porque há países da região, como a Arábia Saudita,dispostos a pôr recursos importantes, da ordem de US$ 1 bilhão,diretamente na administração Palestina, significaria portanto, pôr os recursosdiretamente no Hamas”, afirmou o professor do instituto de relaçõesinternacionais da Universidade de Brasília (UnB), José Flávio Saraiva.Hoje, de acordo com a BBC, Israel alertou sobre apossibilidade de túneis usados para contrabando de mercadorias provenientes doEgito serem reabertos por palestinos. Destruir a rede de túneis entre a Faixade Gaza e o Egito foi um dos principais objetivos de Israel quando iniciou asua ofensiva no final de 2008. Israel afirma que os túneis são usados para contrabandeararmas para militantes do Hamas, enquanto os palestinos argumentam que, devidoao maior controle das fronteiras de Gaza, os túneis são o único modo de obterprodutos básicos e combustível.Apesar da instabilidade, o cessar-fogo deve continuar,segundo Saraiva. “Creio que haverá um período de tolerância mútua que tem a vercom a própria crueza e a violência do conflitorecente”. Mas a trégua não significa o fim do conflito histórico. “Israel agoraquer que haja uma coordenação das Nações Unidas, mas não quis quando bombardeouGaza, uma coisa é o fim do cessar-fogo, das ofensivas militares, a outra é ofim do conflito nesse plano, do apaziguamento das mentes, as mentes ainda nãoestão apaziguadas e teremos ainda uma movimentação muito grande nessa área”,concluiu.Brasileirosque quiserem enviar ajuda para a região devem entrar em contato com organizaçõeshumanitárias, como a Cruz Vermelha. A organização afirmou que devedivulgar amanhã (23) o número da conta bancária para o envio de doações.