Fiesp defende solução bem amarrada com a Bolívia para garantir necessidades futuras de gás

09/01/2009 - 18h38

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Importar menos gás da Bolívia nãovai ser um problema para o Brasil, se uma solução parauma necessidade futura (do gás) estiver “bem amarrada”neste momento com o governo boliviano. A avaliação édo diretor de Energia da Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti.Segundo ele, a diminuição daimportação de gás boliviano, anunciada hoje (9)pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, representa deimediato uma economia para o Brasil, mas poderia se transformar “numador-de-cabeça” daqui a seis meses, por exemplo, caso nãoseja estabelecido um acordo entre os dois países, jáprevendo que o Brasil volte a necessitar dessa energia mais tarde.“A Bolívia vai procurar outro mercado[para a venda do gás que não será mais usadopelo Brasil] e pode vender mais para a Argentina. Daqui a seismeses o Brasil pode querer mais. E aí pode virar um tangodramático. A Argentina já poderia, por exemplo, estaracostumada a importar essa quantidade da Bolívia. E isso seriaum problema para o Brasil”, afirmou.Além da redução dasimportações de gás da Bolívia, o governobrasileiro anunciou que vai fechar as termelétricas atéabril e que passará a usar basicamente a energia dashidrelétricas, que estão abastecidas por causa daschuvas no período. Cavalcanti considera benéfica para o paísa medida tomada hoje, porque o uso das hidrelétricas émais barato e mais limpo e também não provocapreocupações para a indústria, já que há“energia de sobra nas hidrelétricas”.