Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - “Nuncaduvide que um grupo, mesmo que pequeno, de cidadãos possa mudar omundo”. Com esta frase, o diretor administrativo da fundação Alfred HerrhausenSociety, ligada ao Deutsche Bank, e um dos organizadores da Conferência Sul-Americana do UrbanAge, Wolfgang Nowak, encerrou hoje (5) os dois dias de discussões sobreurbanismo sustentável ocorridos em São Paulo.Nowak ressaltou a importância dosvários pontos levantados por cem profissionais, artistas, ativistas eestudiosos ligados ao planejamento de cidades que se reuniram pelaprimeira vez no Brasil. Entretanto, ele pediu atenção especial aoconhecimento dos próprios moradores dos grandes centros urbanos, que muitas vezes é ignorado. “É preciso envolver essas pessoas no processode reconstrução das cidades”, resumiu ele.André Urani,diretor-executivo do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade recomendou em sua fala a ênfase na integração urbanismo-trabalho. “Toda a questãodo urbanismo e da mobilidade perpassa pela questão do trabalho”,afirmou.Urani disse que é preciso criar formas mais inclusivasde desenvolvimento da cidade, que dêem oportunidade de acesso aocapital circulante nos grandes centros para os habitantes da periferia.TonyTraves, da London School of Economics, ratificou os argumentos deUrani, e recomendou destaque ao meio ambiente. “Precisamos nosmovimentar, trazer as pessoas para o mercado de trabalho, sem destruiro meio ambiente.”Os palestrantes pediram o compromisso derepresentantes de governos presentes para que as discussões realizadasem São Paulo sirvam como base para elaboração eimplementação políticas públicas. Eles afirmaram esperar que, em 2009,na conferência do Urban Age que acontecerá em Istambul, na Turquia,resultados destas políticas possam ser apresentados e analisados.A conferência de SãoPaulo foi a oitava organizada pelo Urban Age. Desde 2005, o evento já foi realizado em Nova York, Xangai, Londres, Cidade do México,Joanesburgo, Berlim e Mumbai. Em todos locais, foram discutidos temascomo mobilidade, segurança, inclusão social e a influência dascidades sobre as mudanças climáticas.