Presidente do TRE-RJ critica relatório da ONU e diz que é fácil falar em teoria

15/09/2008 - 19h24

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, rebateu as críticas do relatório do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, divulgado hoje (15), que aponta que a realização de megaoperações pela polícia brasileira contribui para o aumento da violência no país.“Fazer críticas é muito fácil”, disse Wider.  Com relação à Operação Guanabara, em que as Forças Armadas estão ocupando diversas comunidades no estado do Rio para garantir a regularidade do processo eleitoral, Wider sugeriu que o relator especial da ONU sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, Philip Alston, venha ao estado para conhecer “os problemas do Rio de Janeiro, as dificuldades que nós temos que enfrentar e, principalmente, a seriedade com que queremos enfrentar os problemas. Ele precisa ter essa noção”.Alston esteve no Brasil entre os dias 4 e 14 de novembro do ano passado, quando visitou os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, além do Distrito Federal.O desembargador enfatizou que “é muito fácil, de longe, fazer uma crítica dentro de posições teóricas: como seria, como é que deveria ser. O importante é: como que é”, argumentou. “Críticas sempre ocorrerão. Elas serão bem-vindas. E nós poderemos  delas tirar proveito, se for o caso”, concluiu.De acordo com o relatório da ONU, o Brasil apresenta uma das mais elevadas taxas de homicídios do mundo, superior a 48 mil mortes/ano. Segundo o documento, no Rio de Janeiro, os policiais em serviço respondem por quase 18% do total de mortes.