Brasil pode manter serenidade diante da crise norte-americana, diz presidente do BC

15/09/2008 - 19h58

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje (15), em São Paulo, que o BC “está em contato permanente com seus pares, de outros países, monitorando cuidadosamente o mercado”. Segundo ele, o Banco Central está avaliando a situação de crise internacional e os seus reflexos no mercado brasileiro mas, até o momento, não teve que fazer “nenhuma gestão extraordinária de liquidez nos mercados”.“Não existe um descolamento completo de nenhuma economia. Já temos nos referido, há praticamente um ano, que uma crise internacional não é boa para ninguém. E uma crise ou uma recessão nos Estados Unidos, caso o fato se configure, não é boa para ninguém. O que existe é um aumento da resistência à crise”, disse.A queda nas bolsas do mundo todo, impulsionada pelo anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers – o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos – também teve efeitos no Brasil. Hoje, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda de 7,59%, a maior  desde os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. “A estratégia de política monetária do Banco Central, neste momento, vai estar detalhadamente colocada na ata do Copom [Comitê de Política Monetária] que vai ser publicada na quinta-feira [18]”, disse Meirelles.De acordo com o presidente do BC, a população e o mercado brasileiros podem se tranqüilizar neste momento de crise. “Não existe descolamento absoluto. A crise é ruim para todos, mas o país tem melhores condições para enfrentar o problema e para enfrentá-lo com serenidade”, afirmou. Em pelo menos cinco oportunidades, durante entrevista que concedeu na capital paulista, Meirelles citou a palavra serenidade. “A nossa mensagem, no entanto, é de serenidade. O Brasil pode manter, no momento, a serenidade”.