Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Especialistas ouvidos hoje (15), pela Agência Brasil, sobre a quebra do quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers e suas conseqüências, disseram que o Brasil pode não sofrer o impacto da crise econômica americana, mas que é importante ter cautela."Nossa economia está indo muito bem, mas isso não significa que estamos imunes", alertou o diretor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Yoshiaki Nakano. "Esta crise [a norte-americana] é inédita e ainda não sabemos os efeitos e resultados de como será o estouro da maior bolha de crédito de todos os tempos, por isso ainda não temos previsões concretas do que pode ser feito", disse.Já o professor do departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antonio Correa de Lacerda, está certo de que a crise americana afetará o Brasil."Não vamos mais repetir um crescimento de 6%", previu. Para Lacerda, embora a economia brasileira esteja forte, o governo precisa ter cautela para que a crise dos Estados Unidos não abale tanto o Brasil. "Está na nossa mão, muita coisa depende de nós."Segundo o professor, fatores internos como a regulamentação da taxa de juros de maneira adequada ao momento é o que ajudará o país a se manter forte no cenário internacional. "Teremos que ser muito competentes na gestão da política macro-econômica", sugeriu.O ex-ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser-Pereira, converge para o mesmo pensamento: o "Brasil não está livre da crise americana". "Cabe ao governo administrar, com atenção, a taxa do câmbio, que está ruim", opina. Para Bresser, os bancos brasileiros não correm risco algum. "Em matéria de bancos, estamos a salvo porque não praticamos estes empréstimos especulativos", explicou. Para Bresser, o momento atual é de esperar os próximos acontecimentos antes de tomar qualquer tipo de decisão. "Por hora não se tem o que fazer."