Secretário-geral da ONU alerta que drogas ameaçam desenvolvimento sustentável

26/06/2008 - 9h50

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As drogascontinuam destruindo vidas, fomentando a criminalidade e ameaçandoo desenvolvimento sustentável de países. A avaliação édo secretário-geral da Organização das NaçõesUnidas (ONU), Ban Ki-moon. Em mensagem divulgada hoje (26), no Dia Internacionalda Luta contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, ele reforça o compromisso dos países-membros das Nações Unidas no sentido de estabelecer um “vigoroso”plano de ação para reduzir tanto o uso como a oferta de drogas no mundo.

BanKi-moon avalia que um aspecto positivo no combate às drogas éque governantes atualmente podem recorrer a um número cadavez maior de dados sobre a dependência química e astendências do consumo de drogas. “Graças àcooperação técnica internacional, a capacidadede fazer cumprir a lei tem melhorado”, acrescentou.

O aumentoda ajuda ao desenvolvimento, segundo ele, tem contribuído parareduzir a pobreza e a venda de produtos ilícitos,possibilitando aos agricultores alternativas sustentáveis de sobrevivência. BanKi-moon destaca também que a ênfase dos governos naprevenção e no tratamento de dependentes químicoscoloca a saúde “no centro das estratégias decontrole” das drogas , contribuindo para diminuir a propagaçãode doenças como a aids.

“Háainda um consenso crescente, tanto no seio das comunidades como entreos Estados, em torno da idéia de que o controle de drogas éuma responsabilidade comum e exige a participação detodos.”

BanKi-moon alerta, entretanto, que há ainda muito o que fazerpara reduzir a vulnerabilidade do mundo às drogas. Segundoele, países que possuem um sistema de Justiça penalfrágil e uma capacidade limitada de fazer cumprir a leiprecisam de ajuda para reduzir o tráfico ilícito dedrogas. Ele lembra que a prática promove não apenas acriminalidade, mas também a corrupção e ainstabilidade das nações, além de ser capaz decomprometer a implementação dos Objetivos deDesenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU.

“Relembroa todos os Estados que têm a obrigação derespeitar plenamente os direitos dos presos que sãodependentes de drogas ou das pessoas detidas por crimes relacionadoscom elas, especialmente no que diz respeito ao direito àvida e a um julgamento justo. Apelo também para que garantamàqueles que têm problemas de dependência o acessoa serviços sociais e de saúde, em condiçõesde igualdade. Ninguém deve ser estigmatizado ou discriminadodevido à sua dependência.”