Presidente da associação da Providência disse que vai a Brasília pedir recursos

26/06/2008 - 10h55

Fabíola Ortiz
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A presidente da Associação dos Moradores do Morro da Providência, Vera Melo, afirmou que vai a Brasília ainda hoje (26)para pedir ao Ministério das Cidades a liberaçãoda verba para as obras não apenas das 32 casas da primeira fase, mas para areforma de pelo menos 680 moradias da comunidade. O Tribunal RegionalEleitoral (TRE) do Rio de Janeiro autorizou a conclusão dasobras iniciadas pelo projeto Cimento Social, porém sem apresença do poder público. Mesmo assim, ela ressaltou que acomunidade está mobilizada para fazer o mutirão."Euvou sim a Brasília com a disposição de alguémme atender, alguém que esteja acompanhando o caso. O problemaestá seríssimo na comunidade. Eu não quero sóque paguem as trinta casas, mas também a segunda etapa dasobras que são, pelo menos, 680 casas para não deixarmuitos chefes de família desempregados", disseAs reformas poderãoser terminadas apenas por moradores, em parceria com a construtoraque já executava os reparos. A decisão dojuiz Fabio Uchoa, responsável pela fiscalizaçãoda propaganda eleitoral no município do Rio, foi anunciada na noite de ontem (25) após uma reunião com apresença da líder comunitária da Associaçãode Moradores do Morro da Providência.A justiçaeleitoral embargou a obra na última terça-feira (24).No entanto, o juiz Fabio Uchoa manifestou apoio aos moradores e ànecessidade de concluir as obras de 32 casas que permanecem semtelhado na Providencia. Ele considera que oconvênio firmado entre o Ministério das Cidades e osenador Marcelo Crivella, pré-candidato à prefeitura doRio, tem cunho eleitoral e por isso é ilegal em ano deeleição. O projeto do cimentosocial tinha como objetivo reformar 780 casas populares na favela.No último dia14, três jovens moradores da Providência, no centro doRio, foram seqüestrados por onze militares do Exército eentregues a traficantes do morro da Mineira, onde foram torturados emortos. Os corpos foram encontrados no aterro sanitário deGramacho, em Duque de Caxias na Baixada Fluminense.