Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crescimento do índice que mede o nível de investimento no país - a Formação Bruta de Capital Fixo - acima crescimento do Produto InternoBruto (PIB) pode ampliar a capacidade produtiva do país e atacar a inflação. A avaliação é do coordenador do grupo de Análise e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),Miguel Bruno."Não se trata de aplicações financeiras. Temos a locação do capital em máquinas, equipamentos e infra-estrutura, uma dinâmica capaz de ampliar acapacidade produtiva instalada e responder às pressões da demanda, atacando a inflação pelo lado pela oferta", disse.Bruno analisou hoje a Carta de Conjuntura divulgada pelo Ipea nesta manhã. Odocumento destaca que os investimentos diretos mantêm o país em um nível decrescimento econômico de qualidade. "Há muito tempo não tínhamos essaconfiguração favorável", acrescentou.Embora a Formação Bruta de Capital Fixo tenha desacelerado na comparação com o anoanterior (15,2%), a taxa representa o 12º resultado trimestral consecutivo acima do PIB, a soma das riquezas produzidas no país. Com isso, apesar dos dois últimos reajustes da taxa básica de juros, a Selic, o documento avalia que"as perspectivas de evolução do investimento no decorrer do ano continuampositivas" e destaca o aumento da produtividade como fator relevante para o crescimento. "Nos últimos 12 meses, houve aumento de 1% no Nível de Utilização daCapacidade Instalada (NUci) e aumento expressivo de 3,17% da produtividade."Nos primeiros três meses de 2008, a indústria teve o melhor desempenho entre os setores produtivos, em relação ao mesmo período do ano passado. Os destaques foram a indústria de transformação (7,3%) e a construçãocivil (8,8%)."A melhora continuada das condições de emprego e renda, junto com a expansãodo crédito imobiliário, têm propiciado o crescimento da construção civil,assim como o início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) eprojetos ligados à infra-estrutura", diz a carta.