Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado PauloPereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP),apresentou hoje (26) sua defesa ao Conselho de Ética e DecoroParlamentar. Ele responde a processo disciplinar no conselho, quepode levar a perda do seu mandato. Paulo Pereira é acusado departicipar de um esquema de fraudes em empréstimos do BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).A defesa, entregue natarde de hoje ao Conselho de Ética por uma funcionáriado gabinete do deputado, contém 274 páginas e foiassinada pelo próprio deputado e seu advogado, LeonidasScholz. Nela, o parlamentar apresenta o nome de quatro pessoas comotestemunhas de defesa. Os nomes das testemunhas não foramdivulgados.A apresentaçãoda defesa foi marcada por um incidente envolvendo a funcionáriado gabinete do deputado, um fotógrafo e seguranças daCâmara.Após a apresentação dadefesa, o presidente do Conselho de Ética, deputado SérgioMoraes (PTB-RS), falou à imprensa, por telefone, sobre ospróximos passos da investigação contra PauloPereira. Segundo Moraes, na terça-feira (1º), osconselheiros vão se reunir para conhecer e para analisar adefesa, além de tomar conhecimento das quatro testemunhasindicadas pela defesa.Moraes nãoautorizou a secretaria do conselho a divulgar à imprensa osnomes das testemunhas e nem o teor da defesa. Ele disse que primeiroquer dar conhecimento do material aos membros do conselho e sódepois divulgar à imprensa.“Não posso darciência aos deputados do conselho pela imprensa. Seriaantiético. Eticamente, não posso dar divulgaçãodos nomes das testemunhas e nem da defesa antes de dar conhecimentoaos aos pares do conselho”, reforçou o presidente doconselho.Moraes informou que jádeterminou à secretaria do colegiado que convoque PauloPereira para comparecer ao Conselho de Ética, a fim de prestar esclarecimentos já na próxima semana. Moraesdisse que está colocando à disposição dodeputado duas datas para ele escolher - 2 ou 8 de julho, às14h.O processo contra odeputado Paulo Pereira foi instaurado pelo presidente do conselho nodia 3 de junho, depois de uma desavença entre Moraes e ocorregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira(PR-PE). Ao ser eleito, Moraes disse que em até 15 diasinstauraria do processo.A declaraçãoirritou o corregedor, que fez uma representação contraMoraes. Diante do episódio, Moraes instaurou o processo noinicio da semana seguinte e pôs fim à desavençacom o corregedor, que após analisar as denúncias contraPaulinho pediu a abertura de processo de cassação doseu mandato.Paulo Pereira contoucom a ajuda das sessões extraordinárias da Câmaradestinadas à votação da ContribuiçãoSocial para a Saúde (CSS). Como não estava havendosessões ordinárias, ele teve quase um mês paraapresentar sua defesa. O regimento do conselho dá ao acusadodireito de apresentar sua defesa em até cinco sessõesordinárias da Câmara. A quinta sessão ordináriadesde o inicio do mês só foi realizada hoje. Com isso,Paulo Pereira não podia atrasar mais a apresentaçãoda defesa.