Central avalia que atividade sindical ainda é perseguida no Brasil

26/06/2008 - 0h46

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil avançou bastante no fortalecimento da democracia e participação popular, mas a abertura democrática não atingiu a atividade sindical, afirmou hoje (23) o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.Segundo ele, há dificuldade para que o sindicalismo atue nas empresas e as pessoas que lutam pelo movimento sindical ainda são perseguidas. “O que encontramos na maioria das empresas é uma dificuldade do sindicalismo ter acesso ao local de trabalho. Hoje no Brasil não temos uma representação sindical formal segundo a lei”, argumentou.De acordo com o sindicalista, a descentralização das empresas tem dificultado ainda mais a atividade sindical. “Com várias indústrias indo para o interior, sentimos que muitos empresários não têm dado abertura para a negociação coletiva e, com isso, acabam perseguindo os sindicalistas, as comissões internas de prevenção de acidentes e prejudicando a democracia do país como também as negociações coletivas dos trabalhadores.”Na avaliação do secretário-geral, o principal prejudicado pela falta ou pela repressão do diálogo entre trabalhadores e empresários é o próprio trabalhador. Para Gonçalves, a sociedade também perde sem o fortalecimento dos movimentos sindicais. “Temos buscado melhorar as condições de vida dos trabalhadores, mas, se não há negociação e sim perseguição ao movimento sindical, acaba prejudicando os trabalhadores e o próprio país.”“O sindicalismo fortalece o laço entre trabalhadores e empresários e, com isso, poderemos melhorar as condições de produção e, conseqüentemente, a qualidade do produto que é colocado no mercado”, destacou Gonçalves.