Adolescente xavante morre em Brasília após sofrer violência sexual

26/06/2008 - 15h25

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Umaindígena xavante, de 16 anos, morreu ontem (25) no HospitalUniversitário de Brasília (HUB). Há suspeita de que ela tenha sofridoviolência sexual, segundo informação que a FundaçãoNacional de Saúde (Funasa) diz ter recebido da direção do hospital.A adolescente teria tido o órgãogenital perfurado por objeto pontiagudo, segundo informação obtida pelo programa Revista Brasil, da RádioNacional, junto a policiais.Em nota,a Funasa informou que o laudo com a causa mortis ainda não foidivulgado, mas que a direção do hospital confirmou osindícios de violência sexual. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal no fim da manhã de hoje (26).Axavantefoi internada no HUB às 8h de ontem (25) apresentando dor abdominal, segundo aFunasa. A adolescente foi avaliada por uma equipe da pediatria dohospital e, em seguida, levada para o centro cirúrgico efaleceu após a segunda parada cardiorrespiratória.Aadolescente vivia, desde o dia 28 de maio, na Casa de Apoio à Saúde Indígena(Casai) do Distrito Federal, da Funasa, que fica próxima ao Gama, a cerca de 40 quilômetros deBrasília. A garota tinha lesãoneurológica e, de acordo com a fundação, não falava e selocomovia apenas por meio de uma cadeira de rodas. A xavante era da aldeia São Pedro, no município de Campinápolis (MT), e estava em Brasília porque fazia tratamento no Hospital Sarah Kubitschek.De acordocom o órgão, a Casai mantém serviço devigilância 24 horas. No dia em que a indígena passoumal, 56 pessoas estavam no local, entre pacientes e acompanhantes.A Funasaencaminhou pedido à Polícia Federal para que investiguea denúncia.Em abril, um surto de diarréia e vômito matou um garoto de um ano e atingiu outras 57 crianças e quatro adultos da aldeia Tiryó, no município de Óbidos, norte do Pará. Na ocasião, oadministrador-executivo regional da Fundação Nacional do Índio (Funai)em Macapá (AP), Frederico de Miranda Oliveira, disse que "a assistência à saúde indígena deixa a desejar”.