Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério do Meio Ambiente quer intensificar o trabalho conjunto entre estados, as Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal, além do Exército para o combate ao desmatamento na Amazônia. A idéia, segundo o ministro Carlos Minc é firmar acordos de cooperação com os estados da Amazônia para que os produtos apreendidos sejam leiloados e financiem as operações. Com isso, o trabalho de fiscalização não seria comprometido por uma eventual falta de recursos. “Na verdade, não precisamos passar a conta para o contribuinte. A conta tem que ser paga por quem está cometendo o crime ambiental”. afirmou o ministro. “Cometeu o crime, o produto vai pagar a operação", completou Minc.O ministro do Meio Ambiente citou o exemplo do Pará, que assinou um Termo de Cooperação com o governo que permitiu o leilão de uma grande quantidade de madeira apreendida. “Para se ter uma idéia, apenas em Tailândia, 10% da madeira apreendida leiloada foi suficiente para pagar toda a operação”, exemplificou Minc.Carlos Minc quer ainda que as operações na Amazônia tenham o suporte logístico do Exército. Para o ministro, o trabalho de remoção e estoque dos produtos apreendidos poderiam ser feitos pelo Exército, por meio das bases militares situadas na região. Assim, argumentou, os homens da Força Nacional de Segurança e da PF ficariam concentrados na fiscalização e apreensão de produtos ilegais. “Nessa segunda fase da Operação Arco de Fogo vamos estar nas estradas, nos entroncamentos e será necessário reforço no contingente”, explicou.Minc também adiantou que a terceira etapa da Operação Arco de Fogobuscará o diálogo com a indústria frigorífica e de soja para que sejamcadastrados todos os que participam da cadeia de fornecedores. A idéiaé criar, com isso, um selo de procedência dos produtos fabricados naAmazônia.Hoje (6), o ministro do Meio Ambiente esteve reunido como diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, para atualizar asestratégias de combate à devastação no período de estiagem na Amazônia,que vai de junho a setembro. Esse é o momento em que mais se registradesmatamento na região.Na próxima semana, ele irá se reunir com os ministro da Justiça, Tarso Genro, e da Defesa, Nelson Jobim, para acertar a cooperação entre os órgãos.