Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O delegado André Costa de Melo, da Polícia Federal (PF) em Salvador, informou hoje (26) que os pedidos de refúgio dos seis nigerianos que chegaram à cidade em um navio de bandeira liberiana já foram encaminhados ao Comitê Nacional para Refugiados (Conare).“Eu já encaminhei hoje os pedidos, as declarações deles, e as identificações que nós fizemos aqui por fotografia, impressões digitais e os dados que eles forneceram”, afirmou o delegado, em entrevista à Agência Brasil.De acordo com Melo, eles fugiram da Nigéria por dificuldades econômicas. “Eles não têm condições financeiras, nem de estudo, estavam desempregados e tentavam se aventurar”, disse. Ele advertiu, no entanto, que não está prevista na legislação a concessão de refúgio por motivos econômicos.O delegado explicou que o fato de o navio estar vazio facilitou a vinda dos seis de forma clandestina. Os nigerianos declararam que entraram no navio pela casa de leme, onde ficam as máquinas e o leme da embarcação. E ali ficaram durante sete dos dez dias de viagem.Durante o período em que aguardam o julgamento do pedido de refúgio, que pode ser de até 30 dias, os seis nigerianos estão sob regime de liberdade vigiada, decretado pela 6ª Vara de Justiça Federal de Salvador.André de Melo disse que, em contato com a PF em Rio Grande (RS), descobriu que dois deles foram deportados do Brasil em fevereiro. “Parece que são profissionais da ‘cladestinagem'”, afirmou.