Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Parlamentares daoposição na Câmara e no Senado entregaram hoje(26) ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza,representação para que seja apurado o vazamento deinformações de um suposto dossiê sobre gastos comcartões corporativos do governo Fernando Henrique Cardoso. A Casa Civil daPresidência da República anunciou no último dia22 a abertura de uma sindicância para apurar a responsabilidadepelo vazamento de informações do Sistema de Suprimentode Fundos (Suprim), depois que a revista Veja publicou umareportagem denunciando que servidores da pasta estariam elaborando umdossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.O documento, de acordocom a revista, seria usado para chantagear parlamentares da oposição,a fim de evitar que as contas do presidente Luiz Inácio Lulada Silva fossem investigadas na Comissão Parlamentar Mista deInquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos. O dossiêenglobaria gastos efetuados em 1998, 2000 e 2001.De acordo com odeputado Carlos Sampaio (PSDB/SP), autor do requerimento de criaçãoda Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos CartõesCorporativos, a sindicância aberta pela Casa Civil não ésuficiente e só o Ministério Público éinstituição confiável para investigar o assunto.“No caso específico, onde a Casa Civil vai investigar seusfuncionários, que eventualmente teriam vazado [informações],é um caso típico em que a raposa estaria a tomar contado galinheiro”, ironizou.Sampaio espera que asinvestigações incluam a ministra da Casa Civil, DilmaRousseff, e os ministros da Justiça, Tarso Genro; doPlanejamento, Paulo Bernardo, e da Controladoria-Geral da União,Jorge Hage. Sobre os dois últimos, ele acusou de anteciparemas informações sobre os gastos do governo FernandoHenrique.“De forma velada,para não dizer dissimulada”, disse o deputado, aoclassificar a forma como as informações foram passadaspara a revista. Segundo ele, PauloBernardo e Jorge Hage tinham conhecimento dos dados sigilosos queforam divulgados. O deputado disse que oprocurador-geral da República prometeu buscar mecanismos parainiciar a investigação, mas a assessoria de imprensa daPGR informou que o procurador ainda vai analisar o pedido.