Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A epidemia de dengue já começou a afetar o turismo no estado. "Já é uma realidade”, disse hoje (26) à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis seção Rio de Janeiro (AbihRJ), Alfredo Lopes de Souza Júnior.
Ele informou que apesar de a Semana Santa ter registrado índice de ocupação maior na zona sul da capital (98%), em relação ao ano passado, na Barra da Tijuca – onde a expectativa era ter 75% – a taxa foi de 60%, contra os 67% de 2007.
A retração, avaliou, já é um reflexo da epidemia: “A Barra da Tijuca já sofreu bastante pela proximidade com Jacarepaguá, que é um dos focos". Alfredo Lopes destacou as ações conjuntas das três instâncias de governo: “Assumiram a crise, porque antes o mosquito não era municipal, nem estadual, nem federal – era do carioca." E informou que somente ontem (25) foi registrado 1.520 vezes, em sites na internet em todo o mundo, o nome dengue vinculado ao Rio de Janeiro.
Por isso, apontou para a necessidade de os órgãos governamentais esclarecerem a opinião pública internacional sobre as medidas de controle da doença que vêm sendo tomadas no estado. E indicou que é preciso, primeiro, identificar aos operadores de turismo onde estão os focos, "porque há dúvida quanto à localização, se Copacabana fica perto de Jacarepaguá, por exemplo, e que sejam noticiadas todas as medidas adotadas para debelar a crise". Os hotéis, disse, têm recebido telefonemas de agências e turistas indagando se estão próximos de áreas infestadas. "O turismo de lazer foi afetado, mas não o de negócios – a pessoa que vem a trabalho procura ficar longe das maiores concentrações de focos do mosquito transmissor", acrescentou.A assessoria de imprensa do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) informou que seus dez escritórios no exterior recebem explicações sobre as medidas adotadas no Rio de Janeiro para controle da dengue, a fim de repassá-las aos profissionais da área. E que conta também com agências de relações públicas e comunicações em nove mercados no exterior, responsáveis pelo contato com a imprensa estrangeira especializada.