Índice de desemprego sobe a 14,5% em fevereiro, aponta Dieese

26/03/2008 - 17h28

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O percentual de trabalhadores desempregados subiu de 14,2%para 14,5%, de janeiro para fevereiro deste ano. A alta foi constatadana Pesquisa de Emprego e Desemprego divulgada hoje (26) pelo DepartamentoIntersindical de Estáticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela FundaçãoSistema Estadual de Análise de Dados (Seade).Segundo o estudo, realizado em seis regiões metropolitanas – Distrito Federal, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador eSão Paulo –, em fevereiro o número de desempregados aumentou em 50 mil,totalizando 2,8 milhões entre as 19,7 milhões de pessoas consideradaseconomicamente ativas.Apesar do resultado, o coordenador depesquisas do Dieese, Francisco Oliveira, considerou normal o crescimento do desemprego. “A alta é absolutamente compreensível, faz parte de um movimentosazonal”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil. “Esperávamos até um aumentomaior, que não aconteceu devido à manutenção do aquecimento da economia", acrescentou.Oliveira considerou surpreendente aestabilidade no nível de ocupação em locais como São Paulo, onde nãohouve nem aumento nem queda no desemprego no mês passado: “Na região do ABC [Grande São Paulo], a indústria contratou. Issocompensou a queda no emprego em outros setores.”São Paulo foi a região que apresentou omelhor resultado no levantamento. Salvador, registrou a maior elevação, de 5,6%, seguida pelo Distrito Federal (4,1%) e por Recife (3,8%).Ainda de acordo com a pesquisa, na média de todas asregiões, o setor da construção civil foi o que mais cortou postos de trabalho – 40 mil vagas em fevereiro, com queda de 4,1%. Serviçose indústria tiveram resultado relativamente estável. Já o comércio abriu 29 milpostos de trabalho, aumentando em 1% o número de empregados.“Nesta época, o comércio sempre demite. A alta mostra que osetor está aquecido”, disse Oliveira."Se não tivermos nenhuma mudança nos rumos da economia,teremos um 2008 ainda melhor que 2007, que já foi bom. Aredução no crédito e a crise internacional podem afetar o emprego no país, mas até agoratodos os resultados deste ano são melhores do que os do ano passado”, completou.Nos últimos 12 meses, segundo o Dieese, a taxa dedesemprego medida nas mesmas seis regiões metropolitanas caiu de 15,9% para14,5%, o equivalente a 9,6%. Só a construção civil aumentou em 14,3% o seu número deempregados, ao contratar 117 mil pessoas.