CPI não tinha necessidade de convocar ministra Dilma, diz José Múcio

26/03/2008 - 15h09

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Relações Institucionais da Presidência da República,José Múcio, afirmou hoje (26) que não havia necessidade de a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPM) dos Cartões Corporativos convocar a chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff. “Nós não vemos razão para convocação daministra Dilma”.  Enquanto concedia entrevista a jornalistas, no Palácio do Planalto,Múcio foi informado de que a CPI dos Cartões Corporativos haviarejeitado a convocação da ministra. Perguntado se o fato de a ministra ser chamada para  prestar  esclarecimentossignificaria que há suspeitas sobre ela em relação ao vazamento deinformações de um suposto dossiê com gastos do governo FernandoHenrique Cardoso, Múcio respondeu: “Isso que nós não entendemos, nãotem absolutamente nada a ver com isso.”  O ministro considerou “extremamente grave” o vazamento de dados da Casa Civil sobre as contas dogoverno Fernando Henrique Cardoso. Múcio confirmou que o governotem dados de gestões anteriores à do presidente Lula, já que a CPIpediu informações sobre contas dos últimos dez anos, mas negou que haja intenção de usá-los para fazer dossiês.  “O governo tem os dados de todas as despesas que estão à disposição daCPI, mas a idéia não é usar isso como ferramenta para aumentar asdistâncias”, afirmou o ministro. “Os dados estão à disposição da CPI, nãocomo instrumento político, ferramenta de acirrar disputas entre governoe oposição.”  José Múcio lembrou que o Diário Oficial da União de hoje informa sobre a abertura de sindicância para apurar quem vazou as informaçõesdivulgadas pela revista Veja.   A preocupação com a votação do requerimento de convocação da ministra DilmaRousseff pela CPMI fez com que Múcio adiasse a viagem para Pernambuco, estadoonde está sua base eleitoral, para integrar a comitiva do presidenteLula na inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC). “A responsabilidade pesou mais, e eu mesmo achei que deveriaficar.”