Fundação contribui para competitividade do setor produtivo, diz administradora

02/03/2008 - 11h20

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Transferir conhecimento científico e tecnológico para a sociedade e aumentar a competitividade no setor produtivo. Essas são contribuições dadas pela Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc), uma das fundações de apoio ligadas à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na opinião da sua administradora judicial, Fátima Regina Ribeiro.“A Feesc também tem papel relevante para o crescimento e prestígio do Centro Tecnológico da UFSC, que jamais teria alcançado tamanho destaque se não tivesse a fundação como parceira na captação de recursos e na sua ágil aplicação”, afirmou por email à Agência Brasil.Nomeada interventora da Feesc, Fátima Regina não comenta as irregularidades que levaram o Ministério Público do estado (MP-SC) a pedir a destituição da então diretoria. Ela se limita a dizer que “a maioria das irregularidades que motivaram a intervenção estava relacionada à ausência de um modelo de gestão que permitisse controlar a instituição de forma mais rigorosa”.A Feesc está sob intervenção judicial desde 26 de fevereiro de 2007. Na época foram afastados dos cargos Júlio Felipe Szeremeta (diretor presidente), Edison da Rosa (diretor vice-presidente), também diretor e vice-diretor do Centro Tecnológico da UFSC, Jorge Mário Campagnolo (diretor tesoureiro) e Antônio Edésio Jungles (diretor secretário).Nesse período, também está sendo realizada uma auditoria para apurar as irregularidades. O prazo da intervenção e da auditoria - que era, inicialmente, de seis meses - já foi prorrogado por mais seis meses. Esta semana foi prorrogado mais uma vez, por 30 dias, para eleição da nova diretoria da fundação.Durante a intervenção, a Feesc manteve suas atividades de rotina, “de forma que continua a captar e gerenciar projetos de pesquisa”, disse Fátima Regina. A interventora ressalta que começou a ser implementado um novo modelo de gestão, que deve dar mais eficiência e transparência ao funcionamento da Feesc. “Com o término da intervenção, no próximo dia 26 de março, a continuidade da implantação desse modelo será de responsabilidade da nova diretoria”, afirmou.Segundo a diretora regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Solange Bretas, as irregularidades encontradas na fundação catarinense são as mesmas que, de acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MDFT), existem nas atividades desenvolvidas pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à Universidade de Brasília (UnB).“Em Santa Catarina aconteceu a mesma coisa: usa-se o recurso da fundação de apoio, que em sua grande parte é público e que as universidades repassam para as fundações sob a alegação de que os recursos só chegam no final do ano e não tem como gastar – se elas não gastam, têm que devolver – então usa-se as fundações de apoio, e esse dinheiro é desviado para comprar presentes, ir a restaurantes, bares e outras coisas mais”, afirma a professora.