Sipam leva disque-intoxicação a aldeias indígenas da Amazônia

28/02/2008 - 6h53

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A partir desta semana, indígenas de diversas etnias - entreelas Marubo, Maiurana, Massapê e Korubo - poderão terum apoio importante na hora de lidar com os diversos casos deintoxicação por plantas, alimentos ou por picadas de animaispeçonhentos. De acordo com a coordenadora do Centro deInformações Toxicológicas do Amazonas (CIT), Taís Galvão, nessaquarta-feira (27), representantes de uma comunidade indígena de Roraimae de três do Amazonas, incluindo o Vale do Javari, participaram de conferência por telefone para resgatar o contato com o CIT eestabelecer o acesso ao serviço Disque Intoxicação.As comunidades participantes da fonoconferência são isoladas, mas ocontato entre elas e o CIT pôde ser viablizado por meio de telefonesinstalados pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) nas aldeias. Osaparelhos fazem parte de uma rede de comunicação por satélite, a VSAT,que desde 2002 permite a integração das populações indígenas eribeirinhas da Amazônia com as sedes dos municípios e órgãos federais,como o próprio Sipam, e ainda com a Polícia Federal e o InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).A idéia é aproveitar a tecnologia do Sipam para levar aos povos quevivem longe dos centros urbanos - e que às vezes nem falam o português- as orientações necessárias para o atendimento básico diantede uma intoxicação ou envenenamento. As ligações para o DisqueIntoxicação não terão nenhum custo para os indígenas."Através dos telefones do Sipam, que ficam disponíveis em cadaaldeia, conseguimos estabelecer um link direto com os indígenas. Temum número que eles podem discar e cair direto em nossa central deatendimento. Sem essa parceria, eles dificilmente teriam acesso a esseserviço",  disse Taís.A fonoconferência realizada ontem é uma iniciativa inédita. Para tentar alcançar o maior número de pessoas, participaram agentes daFundação Nacional de Saúde (Funasa) que já trabalham nessas aldeias e indígenas das comunidades Wai Wai, de Roraima, e Igarapé Lobo,do Amazonas. "A partir de agora, o que se espera é aumentar ainda maiso número de atendimentos e que eles possam nos acionar e ter ainformação adequada diante de um caso de intoxicação, levando em consideração as limitações que têm,", acrescentou a coordenadora do CIT.O Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas tem sede em Manause atende gratuitamente ligaçõesde todo o país, mas sobretudo da Região Norte. Os atendimentos são feitos por farmacêuticos e outros profissionais da área demedicina e enfermagem. Em todo o país, existem cerca de 35 centrostoxicológicos. O problema atinge sobretudo crianças de 0 a 5 anos eadultos com idade entre 18 e 30 anos.