Governo quer implantar em presídios programa de ensino e profissionalização de jovens

28/02/2008 - 20h59

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo pretende levar um programa de ensino e de qualificação profissional de jovens para dentro das penitenciárias. A iniciativa é da Secretaria Nacional de Juventude e do Ministério da Justiça que estudam formas de incluir o ProJovem Urbano nos presídios. A meta é atender, neste ano, 15 mil jovens presos, segundo o secretário Nacional da Juventude, Beto Cury. “O objetivo é que o jovem que se encontra detido possa, ao sair, ter melhores perspectivas de voltar a estudar ou ir para o mercado de trabalho, ou seja, melhores oportunidades para se inserir”, disse Cury à Agência Brasil. O ProJovem Urbano é destinado a jovens de 18 a 29 anos que não tenham concluído o ensino fundamental. O objetivo é que eles concluam essa etapa do ensino, aprendam uma profissão e tenham acesso à informática. De acordo com Cury, dentro dos presídios, o programa irá funcionar no mesmo formato. Além disso, os presos terão direito a uma bolsa auxílio de R$ 100 por mês.O secretário recebeu hoje (28) uma comitiva chilena interessada em conhecer o ProJovem, que no ano passado sofreu mudanças e foi dividido em quatro modalidades (Urbano, Campo, Trabalhador e Adolescente). Assim como os brasileiros, a principal preocupação da juventude chilena é entrar no mercado de trabalho, de acordo com o diretor Juan Eduardo Faúndez, do Instituto Nacional de Juventude do Chile, ligado ao governo.O diretor informou que 18% dos jovens de seu país estão desempregados. Ele disse ainda que o programa brasileiro chamou a atenção por conseguir envolver diversos ministérios com uma coordenação centralizada. “O esforço que já se faz no país [Chile] para capacitação e acesso ao emprego pode ter uma coordenação para que os recursos possam ser fiscalizados da melhor maneira e tenham mais impacto social”, afirmou à Agência Brasil. O ProJovem é executado pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Educação e Trabalho, sob a direção da Secretaria Nacional de Juventude.