Saúde da Família deve chegar a 150 milhões de brasileiros até 2010, diz ministro

28/02/2008 - 19h48

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Programa Saúde da Família (PSF), do governo federal, deve cobrir o atendimento médico de 150 milhões de brasileiros até 2010. Foi o que anunciou hoje (28) o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante aula inaugural do Curso de Especialização em atenção Básica de Saúde da Família, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Atualmente, mais de 27 mil equipes do PSF atuam em 5,1 mil municípios. A intenção, segundo o ministro, é chegar a 40 mil equipes atendendo até 2010. “Na prática significaria que todos os brasileiros que não dispõem de planos e convênios de saúde estariam cobertos pela estratégia”, afirmou Temporão.De acordo com o ministro, em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pesquisas têm mostrado que quanto maior a cobertura do PSF, maior o impacto na redução da mortalidade infantil. Temporão disse que o desafio agora é chegar aos municípios com mais de 500 mil habitantes.Além do aumento no número de profissionais, o ministro disse que a pretensão é integrar o programa a outras iniciativas e programas sociais. Um deles é o Telessaúde, programa iniciado no ano passado e cujo objetivo é permitir que pacientes de cidades mais afastadas possam ser consultados por especialistas sem precisar se deslocar. O objetivo é que 70% das equipes do PSF tenham acesso ao Telessaúde, que vai servir tanto para uma segunda opinião sobre um diagnóstico quanto para a formação continuada dos profissionais.Outros objetivos do ministério, no âmbito do PSF, são: especializar 52 mil profissionais de nível superior e ampliar o número de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e de outras unidades, como as de atendimento pré-hospitalar 24 horas.Temporão também afirmou que o Saúde da Família servirá de base para a formação dos Territórios Integrados de Atenção da Saúde (Teias), previstos no programa Mais Saúde. Os agentes comunitários, todos vinculados a equipes do PSF, integrarão a base.Também serão integradas as equipes de saúde bucal e os CEOs, do Programa Brasil Sorridente, os Centros de Atenção Psicossocial (CAP), unidades de apoio em diagnóstico e de vigilância epidemiológica, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), as farmácias populares e um hospital de referência no território.O ministro afirma que haverá a integração das políticas de saúde com os pontos de cultura, com os projetos Territórios da Cidadania, Um Milhão de Cisternas, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e Saúde na Escola, com as políticas para a população quilombola e de saúde indígena, com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).“A nossa expectativa é que isso tenha um grande impacto – e terá – sobre a qualidade de vida nos municípios brasileiros”, afirmou. De acordo com o ministro, para a implementação do Mais Saúde será necessária uma verba de R$ 24 bilhões, em quatro anos, sendo R$ 8 bilhões em 2008. Ele afirmou que a disponibilização desse dinheiro será discutida com os ministros da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil e se disse confiante, apesar do corte dos gastos depois do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).