Mantega se diz confiante na aprovação da reforma tributária ainda neste ano

28/02/2008 - 10h05

Daniel Lima e Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda,Guido Mantega, entregou hoje (28), ao presidente da Câmara,Arlindo Chinaglia, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dareforma tributária.Ao chegar à Câmara,Mantega disse aos repórteres que confia na aprovaçãoda matéria ainda neste ano. “Não sei se a tramitaçãoserá rápida. É um projeto complexo, uma emendaconstitucional, mas eu acredito que no ano de 2008 nósconsigamos aprovar”.Depois do encontro comChinaglia, Mantega segue para o Senado, onde também entrega aPEC ao presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho.Ao apresentar a proposta ontem (27) a cerca de 100 empresários, Mantega afirmou que este é o momento mais adequado para se fazer a reformatributária. Segunsdo ele, com a reforma proposta o crescimento econômico brasileiro poderiaser 10% superior ao que se tem hoje.  “Se o crescimento, hoje, por exemplo, é de5%, ele seria de 5,5%”. Para o ministro, a reforma  vai criar condições favoráveis para a desoneração dafolha de pagamento, dasexportações, dos investimentos, como a eliminação de distorções que sãocausadas pela guerra fiscal, e substituí-la por uma política racionaldeestímulo com créditos e infraestrutura, uma política de desenvolvimentoregional.Segundo Mantega, essa é a reforma econômicamais importante que se poderia fazer nos dias de hoje. “Ela tornaria ocrescimento brasileiro mais sustentável. Nos permitiria entrar num outro ciclode desenvolvimento que já está em vigor no Brasil”.Mantega disse que o acúmulo de reservas externas, de moedaestrangeira, foi muito importante para esse ciclo, desmontando as críticasfeitas quando o governo tomou essa decisão, embora reconheça que ela traz umcusto ao país. “ Por termos essas reservas, por termos uma situação mais sólida, isso diminui orisco-país e portanto diminui o custo de captação de recursos do setorprivado, pois os empresários conseguem taxas de juros menores, e de rolagem dadívida externa brasileira. Há muito tempo que não se via o país tão tranqüilodiante de uma crise”. O ministro disse que esse cenário fez aumentar a demandainterna e, conseqüentemente, a oferta, “puxando” o Produto InternoBruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país -para cima.Para Mantega, esses são os fatores que  caracterizam o momento atualcomo o melhor para uma reformatributária.