Estudo ajuda Brasil a compreender melhor relação com vizinhos, diz embaixador

28/02/2008 - 13h48

Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um estudo inédito feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)sobre o comércio de bens na América do Sul, as possibilidades de investimentosdiretos brasileiros nos países vizinhos e o comércio de serviços é importante,porque ajuda a compreender melhor a relação do Brasil com esses países. A afirmação foi feita hoje (28) pelo ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, ao participar da abertura doseminário Os interesses empresariais brasileiros na América do Sul,  promovidopela CNI. Segundo o embaixador, a pulverização de produtos dasexportações brasileiras é importante e difere do que ocorre em outros países, que centralizamsuas exportações em poucos itens, chegando a ter mais de 50% das vendas externas em apenas um produto.“O Brasil conseguiu pulverizar suas exportações em váriosprodutos, o que não aconteceu com outros países da América do Sul. Hoje oprincipal produto brasileiro não supera 6% [das exportações], e os paísesvizinhos continuam da mesma forma. Isso faz com que o Brasil tenha umaparticipação enorme nestes países.”Para Guimarães, é preciso analisar e seadequar às diferentes situações existentes nos países vizinhos, tanto em políticaseconômicas quanto na legislação e nas políticas de investimentos. Ele disse que o governo precisa dar às pequenas e médias empresas mais condições de exportar. “O governo precisa criarmelhores condições para estimular as exportações das pequenas e médias empresaspara esses países. É necessário investimento dessas empresas, e deveria haver uma consideração para criar linhas de financiamentos.”O presidente do Conselho de Integração Internacional da CNI,Paulo Tigre, informou que o estudo será encaminhado aos Ministérios doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Fazenda e das RelaçõesExteriores e destacou que a América do Sul sempre foi um destino muitoimportante para o comércio exterior brasileiro.Para o presidente da Associação Brasileira daIndústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, o Brasil precisa participar com maiormercado das importações realizadas pelos países da América do Sul, já que noano passado, segundo ele, a região importou US$ 20 bilhões na área debens de capitais.“O Brasil participou [exportou] com US$ 3,5bilhões, mais ou menos 15% desse mercado. Mais de US$ 16 bilhões estão emoutras mãos. Se levarmos em consideração que aqui na América do Sul o Brasil éo único país que tem o setor de bens de capital desenvolvido, fica mais críticoainda a nossa baixa participação”, disse ele.