Procon orienta consumidor a pesquisar juros antes de pegar empréstimo

26/02/2008 - 11h57

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A chamada democratização do crédito apresenta duas faces: permite ao consumidor ter acesso a bens de consumo e movimenta a economia, mas, ao mesmo tempo, o uso indiscriminado dos financiamentos pode criar problemas de endividamento, já nem todos estão preparados para assumir a dívida. A avaliação é do assistente da diretoria da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) Diógenes Donizete.Dozinete orienta o consumidor a pesquisar as taxas de juros antes de optar por pegar um empréstimo, fazer uma compra parcelada no crediário das lojas, usar o cartão de crédito ou o limite da conta corrente oferecido pelo banco. “Não é o fato de ter acesso ao crédito que eu for me endividar. Conte até dez antes de sair por aí comprando”, afirma.Segundo ele, o Código de Defesa do Consumidor buscar a harmonização entre os interesses de quem toma o crédito e de quem oferece. “O financiamento tem que ser bom para ambas as partes. Eu não posso encher o consumidor de crédito, levá-lo à inadimplência e depois esse consumidor não ter mais acesso ao crédito, isso é muito ruim para a economia.” Donizete lembra ainda que o consumidor, antes de optar por comprar com valor parcelado, além de observar os juros a serem pagos, deve observar a relação entre o tempo de financiamento e a vida útil do produto. “Não é viável estender muito o prazo. Não vale a pena pagar sucata a taxas de juros altas”, diz. “Vemos exemplos de de computador, carros financiados em 70, 90 vezes”, cita. Ele alertou ainda quanto ao consumismo. “A pessoa é incentivada a ter sempre o último modelo. O que ela comprou no ano passado já não serve mais. Na verdade, a metade do que se tem em casa não tem utilidade”, ressalta.