Presidente diz que quer mudar imagem de violência no Rio de Janeiro

26/02/2008 - 17h56

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (26) que quer mudar a imagem de violência do Rio de Janeiro. Em discurso na inauguração da Unidade de Pronto Atendimento 24h em Campo Grande, na zona oeste da cidade, ele disse: "É verdade que no Rio tem violência, mas tem em São Paulo, em Minas Gerais, em Pernambuco, na Bahia. Tem em todo o território nacional, mas as coisas são mostradas no Rio de Janeiro como se fossem infinitamente mais graves." Lula disse ainda estar cansado de ver, de um lado, as belezas de Copacabana e do outro, a periferia, como se apenas lá houvesse violência. "Na periferia do Rio você pode ter um bandido, mas 999 são gente honesta. É isso que precisa ser mostrado", destacou. O presidente informou que voltará à cidade na próxima semana para, junto com o governador Sérgio Cabral Filho, anunciar obras de investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Complexo do Alemão, na Rocinha e em Manguinhos. "A gente quer entrar lá, não com a polícia para bater em gente – queremos entrar enquanto governo, oferecendo a mulheres, homens e jovens daqueles bairros condições de eles terem acesso às coisas a que todos têm direito", disse, em referência a escolas, água e esgoto. A exemplo do discurso que havia feito mais cedo, também no Rio, Lula disse que se o poder público não ocupa os espaços que deve, eles são assumidos pela marginalidade: "Se o Estado não se apresenta com escola, hospitais, lazer, transporte, vira um submundo e a bandidagem toma conta. Os bandidos começam a cobrar pedágio e a maioria das pessoas honestas é marginalizada." Ainda sobre o papel do Estado, denunciou que "essas ambulâncias ficaram aí muitos meses sem funcionar, porque o administrador achou que não eram necessárias", em referência aos veículos enviados pela União ao governo estadual anterior e que estavam na unidade inaugurada.