Parlamentares gaúchos investigarão morte de ex-presidente João Goulart

20/02/2008 - 23h03

Luciana Mello
Da Agência Brasil
Brasília - A Comissão de Cidadania e Diretos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul abriu uma subcomissão para investigar a morte do ex-presidente da República João Goulart.Segundo o deputado estadual Adroaldo Loureiro (PDT), relator da subcomissão, a intenção é “colaborar com a investigação que já esta sendo realizada pelo Ministério Publico Federal, provocada pelo Instituto João Goulart”. Ele lembrou que após entrevista de Mário Neira Barreiro, que foi funcionário dos serviços de inteligência do Uruguai nos anos 70, “esta situação foi retomada, já que existe forte suspeita de que o ex-presidente não morreu de morte natural, mas foi assassinado, envenenado". João Goulart morreu no dia 6 de dezembro de 1976, no município argentino de Mercedes, supostamente em decorrência de problemas cardíacos. No fim de janeiro deste ano, o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira, encaminhou ao procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, petição em que requisitava "diligências investigatórias de caráter preparatório" para tomar o depoimento de Barreiro sobre as circunstâncias em que ocorreu a morte do ex-presidente. O deputado gaúcho informou que pretende ouvir Barreiro e outras pessoas arroladas por ele como testemunhas no depoimento à Policia Federal. “A entrevista dele ao jornal Folha de S.Paulo traz dados que dão credibilidade, ele diz que acompanhou a vida do ex-presidente como espião e que houve a ordem do escalão superior, até mesmo da Presidência da República do Brasil na época, de que Jango fosse eliminado” afirmou.Além de Loureiro, a subcomissão é formada pelos deputados Dionilso Marcon (PT), Paulo Brum (PSDB) e Marco Peixoto (PP), que têm prazo de quatro meses para apresentar relatório. “É claro que nós não temos o poder de polícia da investigação, nós vamos trabalhar junto com a Polícia Federal e com o Ministério Publico. Nossa intenção é por definitivo esclarecer esta questão”, afirmou o deputado.