Legisladores internacionais não chegam a consenso sobre biocombustíveis

20/02/2008 - 21h20

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Umarecomendação sobre produção sustentávelde biocombustíveis deverá fazer parte do documento quelegisladores de países do G8 e mais cinco economias emergentes,entre elas o Brasil, estão discutindo em Brasília elevarão à próxima reunião das maioreseconomias globais, em julho. No entanto, um impasse entre osnegociadores atrasou um consenso sobre o assunto no primeiro dia doevento, promovido pela Globe - Organização Mundial deLegisladores para um Ambiente Equilibrado.

Apesar doacordo sobre alguns pontos do rascunho da proposta, como a criaçãode certificações “críveis e independentes”para o comércio internacional de biocombustíveis e a necessidade de investimentos empesquisa e desenvolvimento, representantes da União Européia,China, Índia, Japão e África do Sul apontaramdivergências.

Um dosparlamentares da delegação alemã reclamou hoje (20) daausência de posições contrárias aobiodiesel no painel sobre o tema, alguma organizaçãonão-governamental brasileira ou latino-americana, por exemplo.O debate foi conduzido pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), comapresentações da Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa), da Petrobras e da União daIndústria de Cana de Açúcar (Unica).

“OBrasil pode até não ter problemas com a questãodas florestas [para produzir biocombustíveis], masoutros países podem ter e não devemos construir umdocumento baseado apenas na realidade brasileira”, disse. Ele citou aIndonésia, onde florestas tropicais são derrubadas paraplantação da palma, de onde é extraído o óleodendê para biodiesel. “Temos que ver o mundo como um todo,não apenas os bons exemplos do Brasil”, comentou.

Naavaliação dos japoneses, as recomendaçõesao G8 sobre biocombustíveis também precisam incluirquestões como a influência dos pesticidas utilizados nasculturas sobre a qualidade das águas e os reais impactos sobrea diversidade biológica, a fim de delimitar quais biomas ouregiões do planeta não deverão ser utilizadospara esse fim.

A trocade experiências na produção de biocombustíveisentre países em desenvolvimento, os impactos a longo prazo dasmonoculturas sobre o solo e até políticas dedesestímulo à produção não sustentáveltambém foram apontados como sugestões ao documento.

A redaçãofinal do texto sobre biocombustíveis deverá ser apresentadaamanhã (21), se os parlamentares chegarem a um acordo. Alémde combustíveis renováveis, o documento comrecomendações ao G8 vai incluir questões comotransferência de tecnologia, criação de ummercado de carbono global e estímulos financeiros àredução do desmatamento.