Brasileira é detida por três dias em sala lotada de aeroporto espanhol

20/02/2008 - 22h06

Ana Luísa Médici
Repórter da TV Brasil
São Paulo - Patrícia Camargo Magalhães iria participar pela primeira vezde um congresso internacional de Física em Lisboa, capital de Portugal. Paraeconomizar, resolveu pousar em Madri, na Espanha, antes de pegar um vôo deconexão.Mas o sonho de estar em companhia de alguns dos mais importantes pesquisadoresdo mundo na área de Partículas Elementares foi interrompido por autoridadesespanholas que não a deixaram entrar no país.Em vez de participar do congresso, Patrícia ficou 3 dias detida no aeroporto deMadri, onde ficou confinada em uma sala com outras cerca de 60 pessoas.Patrícia conta que, por causa da superlotação do local, foi obrigada muitas vezes adescansar e comer no chão. Também ficou sem tomar banho e escovar os dentes.O argumento para não poder entrar no país Patrícia só soube no último dia12, pouco antes de ser levada para o avião que a traria de volta ao Brasil. Arazão, segundo ela, seria a falta de documentação adequada que justificasse omotivo e condições de estadia na Europa.Ao chegar em Madri, às 9h30 do dia 10 de fevereiro,autoridades espanholas pediram a Patrícia o comprovante de reserva do hotel emque ela ficaria em Lisboa. Ela estava sem o documento e por isso foi detida noaeroporto.Então, Patrícia entrou em contato com seu orientador, o professor titular doInstituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) Manoel RobertoRobilotta, que também estaria no congresso.Ele enviou um fax para a imigração espanholano aeroporto de Madri, confirmando que Patrícia participaria do evento. Amesma carta foi enviada ao consulado brasileiro em Madri.Robilotta também se mobilizou para que o hotel de Lisboaenviasse às autoridades espanholas a confirmação de reserva. O esforço foiem vão, e Patrícia não foi liberada.OItamaraty também foi acionado no Brasil pela família de Patrícia.O Ministériodas Relações Exteriores diz que entrou em contato com o consulado brasileiro naEspanha pedindo a liberação dela. Mas,de acordo com o ministério, não foi possível convencer as autoridades espanholas.Desde a última sexta-feira (15), o médicobrasileiro Mohamed Kassen Omais está preso no Líbano sob a acusação de terrorismo.Segundo a família dele, Omais foi confundido com umhomônimo cujo nome consta de uma lista de terroristasprocurados.