Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Federal daOrdem dos Advogados do Brasil (OAB) quer uma investigaçãosobre destino dos arquivos militares de 1964 a 1985, que podemrevelar a forma como operou o governo brasileiro durante a Guerrilhado Araguaia.Uma notícia-crime será encaminhada aoSuperior Tribunal Militar (STM) pedindo uma "investigaçãoprofunda" sobre o que ocorreu com a documentação.“AOAB tomou depoimentos, inclusive de pessoas que atuaram do lado darepressão, e de jovens soldados, que alegam que têmsequelas em função de tudo o que aconteceu. Essa provavai ser apresentada ao Superior Tribunal Militar”, informou oconselheiro federal Nélio Machado. Parentes dedesaparecidos e mortos durante a guerrilha também jáentraram com um processo contra a União há 10 anos, na1ª Vara Federal de Brasília, pedindo a abertura dosarquivos. O Superior Tribunal deJustiça (STJ) determinou no final do ano passado a volta docaso à instância de origem.Atualmente, a 1ªVara Federal aguarda parecer do Supremo Tribunal Federal (STF), jáque o processo foi desmembrado em dois – um (recurso especial) foipara o STJ e outro (recurso extraordinário), para o STF – ea União recorreu de um deles na Corte Suprema. O governocriou, em 2003, uma Comissão Interministerial para identificaros desaparecidos da Guerrilha do Araguaia. A comissãoconcluiu, no ano passado, que os documentos foram destruídos.O que a OAB quer agora é justamente encontrar responsáveispelo desaparecimento dos arquivos.“O Estado responde pelosexcessos de qualquer dos seus funcionários, e militares sãofuncionários públicos. Mas, na verdade, o que a OABestá priorizando é a questão específicado crime em si, correspondente ao extravio da documentaçãooficial”, explicou Nélio Machado.