Índice prevê efeito mais forte da crise americana na União Européia que na América Latina

20/02/2008 - 14h10

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise desencadeada pelo mercado de crédito imobiliário nos Estados Unidos deverá ter efeito mais forte na União Européia do que em países da América Latina. É o que indica o Índice de Clima Econômico (ICE), elaborado pela pelo Instituto Alemão Ifo, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), e divulgado hoje (20). O índice para a América Latina recuou para 5,2 pontos em janeiro, uma queda de 0,4 ponto em relação a outubro do ano passado. O resultado foi influenciado principalmente pela piora de um dos componentes do ICE: o Índice em Relação às Expectativas (referente aos próximos seis meses), que caiu de 4,7 para 4,1 pontos. Já na Europa, o índice relacionado às expectativas para o futuro recuou de 4,2 pontos para 3,6 pontos. "A crise mexeu mais com os países desenvolvidos, principalmente na União Européia. A América Latina também deverá sofrer uma desaceleração na economia, mas com intensidade menor", explicou a coordenadora deprojetos da FGV, Lia Valls Pereira.O Brasil ocupa, atualmente, o quarto lugar no ranking da América Latina. Na região, o índice só aumentou em dois países: Argentina e Paraguai. Brasil, Costa Rica e Peru não apresentaram variações consideráveis no índice. Já Equador, México e Venezuela continuam numa trajetória de piora das condições econômicas. A pesquisa da Sondagem Econômica da América Latina, que inclui o ICE, é feita com base em informações prestadas por economistas de seus próprios países. Em janeiro, foram consultados 124 especialistas em 16 países.