Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - ACentral Única dos Trabalhadores (CUT) avalia que a previsãode aumento do salário mínimo para R$ 412,40, constante no relatório do orçamentode 2008, reflete um acordo fechado com o governo e repõe ainflação. A proposta orçamentária enviada pelo governo federal previa o salário mínimo em R$ 407,33.“Uma coisa importante não ésó o valor, mas a antecipação do aumento emabril, para chegarmos em 2010 a um aumento já no primeiromês do ano”, ressaltou hoje (20) a secretária decomunicação da CUT, Rosane Bertotti , ementrevista à Agência Brasil. Apesardo elogio, Rosane Bertotti informou que a central estará mobilizadapara protestar contra possíveis cortes em políticaspúblicas de educação e defender que osreajustes salariais pretendidos pelos servidores federais sejamcumpridos. “ACUT faz parte da mesa de negociações do serviçopúblico federal, mas, caso não aconteça de sergarantido o direito de reajuste deles, com certeza podemos apontarpara uma futura greve”, admitiu.
Emseu relatório do orçamento de 2008, o deputado JoséPimentel (PT-CE) destaca que haverá reserva de recursos paraatender o aumento de benefícios previdenciários eassistenciais decorrentes do reajuste do salário mínimo.
Aoressaltar o efeito do reajuste na qualidade de vida da população,Pimentel lembrou que o Brasil chegou ao grupo de paísescom alto Índice de Desenvolvimento Humano no últimorelatório do Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento Humano (Pnud). “Os dados utilizadospela pesquisa são de 2005 e apontam maior expectativa de vida(passa de 70,8 para 71,5 anos), maior taxa de matrícula (passa de 85,7% para 87,5%) e aumento do PIB per capita (que passou de US$8.195 para US$ 8.325)”, aponta trecho do relatório.
Emrelação ao reajuste salarial dos servidores federais, odocumento reserva R$ 350 milhões, valor considerado pelaConfederação dos Trabalhadores no ServiçoPúblico Federal (Condsef) insuficiente para garantir ocumprimento de acordos firmados entre a categoria e o governofederal.