Susep prevê queda nos preços de apólices com abertura do mercado

04/02/2008 - 15h33

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A quebra do monopólio do resseguro no país é benéfica não só para os grandes riscos como também para os pequenos e médios consumidores, por trazer reflexo positivos em termos de barateamento de preço das apólices. A análise é de Armando Vergílio dos Santos Júnior, titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), ao lembrar que a abertura do mercado foi determinada pela Lei Complementar nº 126, de 15 de janeiro de 2007, e regulamentada pelo Conselho Nacional de  Seguros Privados em dezembro passado.“Essa quebra do monopólio é benéfica para os grandes riscos em um primeiro momento e, num segundo momento, para todas as carteiras, porque a concorrência será muito maior. Com o mercado mais competitivo, com certeza as taxas cairão: primeiro as dos grandes riscos, como as da área de transportes; e no segundo momento, todos os preços baixarão. Haverá um ganho para o grande segurado e, no médio prazo, para o pequeno segurado também”, afirmou.Ele disse apostar na tendência de especialização em determinados tipos de seguros, pelas empresas, e inclusive em regionalização. “A especialização leva a uma melhor análise de risco e isso faz com que os preços caiam”, disse, ao prever que essa é a tendência no médio prazo. Para os grandes riscos, a mudança  já estaria ocorrendo.O superintendente destacou que o mercado brasileiro fica mais fortalecido, “porque se tem no instituto do resseguro uma garantia muito maior para o consumidor”. A abertura, acrescentou, trará para o país resseguradores de grande porte, com  atuação globalizada em relação aos mercados europeu, norte-americano e asiático. Ele disse considerar a abertura um marco, "porque fará com que o mercado nacional se desenvolva e cresça”.Para o superintendente, o mercado segurador brasileiro está ainda muito aquém do que poderia ser. A  participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, atingiu 3,2% em 2006. Em 2007, embora os números ainda não estejam fechados, indicações preliminares sugerem que subirá para 3,5%. “Eu quero ver se nós chegamos a 6% do PIB até 2010”, disse.Santos Júnior destacou que o crescimento do mercado de seguro impulsionará também o de resseguro. E citou como exemplo a Alemanha, onde os dois mercados têm o mesmo tamanho e representam 7% do PIB do país.