Polícia Militar vai apurar se houve excesso contra foliões do Galinho de Brasília

04/02/2008 - 23h35

Akemi Nitahara
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - A Polícia Militar vai instaurar inquérito para apurar se houve excesso na desobstrução da comercial da 203/204 sul, onde se concentra o bloco de carnaval Galinho de Brasília. No fim da tarde de ontem (4), a Polícia Militar e os foliões entraramem confronto por causa de tentativas de esvaziar as ruas para liberar otrânsito.De acordo com o responsável pela operação carnaval, coronel Nelson Souza, a polícia cumpria ordem de liberar o trânsito na rua."Nós ainda não temos condições de avaliar se houve ou não excesso, somente uma apuração será feita. Mas o fato é que as circunstâncias impuseram que houvesse um rigor maior da Polícia Militar para desocupação da pista, do local, conforme tinha sido combinado", afirmou hoje (5).Segundo o coronel, pelo menos 400 pessoas ainda estavam no local, depois da saída do bloco, que se deslocou para o espaço Gran Folia, no Eixo Monumental. A rua deveria ser desobstruída às 18h30, conforme combinado com a Secretaria de Segurança Pública, a Secretaria de Cultura e a organização do Galinho de Brasília.Por volta de 20h30, depois de tentar tirar os foliões do local, uma patrulha do Batalhão de Operações Especiais esteve na comercial para conter um início de conflito. O coronel Nelson Souza diz que uma viatura da PM ficou depredada e dois policias foram feridos com garrafas.O presidente do bloco, Romildo de Carvalho Junior, disse que a ação da polícia militar foi violenta. Carvalho Junior afirmou que os policiais chegaram a usar spray de pimenta e balas de borracha contra os foliões."O Galinho já estava chegando no Circuito Gran Folia, quando chegaram alguns foliões comentando o ocorrido na 203/204 sul, e essa comunicação relata uma selvageria incrível contra o cidadão." Ele lembra que foliões que não conseguem acompanhar o bloco pelo circuito, como mães com crianças e idosos, ficam na comercial depois da saída do Galinho.Romildo afirmou que a Polícia Militar sempre colaborou com o Galinho, bloco que se reúne há 16 anos e que nunca registrou ocorrência policial. Ele cobrou que o caso seja apurado e os responsáveis punidos. Ontem (4), 10 mil pessoas seguiram o Galinho de Brasília pelo percurso até o Eixo Monumental.