Programa de inclusão de catadores é finalista em prêmio

04/02/2008 - 23h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O programa de Coleta Seletiva Solidária, da prefeitura de Mesquita, na Baixada Fluminense, é finalista do Prêmio Prefeito Empreendedor. A premiação é concedida pelo Serviço de Apoio àMicro e Pequena Empresa (Sebrae) a iniciativas deadministrações municipais que apóiam e favorecem o surgimento de novasmicro e pequenas empresas ou criam condições para aumentar a capacidadede sobrevivência de empreendimentos já estabelecidos. O programa disputacom outras 19 iniciativas municipais no estado do Rio de Janeiro e, se for vencedor, participará da seleção dosmelhores projetos desenvolvidos nessa área em todo Brasil. O programa Coleta Seletiva Solidária do município de Mesquita (RJ) começou com apenas trêscatadores e atualmente apóia duas cooperativas, totalizando quase 50 carroceiros uniformizados que antes atuavam como catadores de rua semorganização. A secretária de Meio Ambiente da cidade, Kátia Perobelli, disse que umaterceira cooperativa já estáem fase de montagem. Além disso, os próprios catadores já começaram a elaborar umestatuto para transformar o projeto em uma associação. Atualmente, acoleta  é feita em cerca de 7 milresidências, além de 80 empresas e comerciantes locais que receberam oselo “Amigos do Catador”. Com esse projeto, os catadores selecionam o lixo que pode ser reaproveitado e ainda geram renda. Oprojeto tem o apoio do Sebrae-RJ, que presta assessoria aos catadoresnas áreas de planejamento estratégico e montagem de instrumentos decontrole de venda. Todo o material usado no trabalho da coleta de materiais recicláveis,como prensas, balanças e o próprio galpão, será cedido para uso dascooperativas. “O projeto está cada vez mais investindo nacapacidade de organização dos próprios catadores para que eles próprios possam gerir o negócio”, afirmou Kátia em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente, o programa é permanente e contínuo. “Oscatadores estão sempre ampliando o número de casas, porque sempre chegaum catador novo. É um projeto crescente, que não pára, porque é umprojeto em movimento o tempo todo. É o catador na casa, é o moradorparticipando, é a educação ambiental nas escolas.” Segundo ela, o programa organizou os catadores derua que já passaram a se autodenominar agentes ambientais. “A partir domomento em que eles são valorizados, que aumentam a auto-estima, elesse nomeiam como tal”, disse Kátia.O projeto Coleta Seletiva Solidária recebe o patrocínio da Petrobras. Ainda este mês, será inaugurado o novo galpão dos catadores. As obras já foram concluídas em uma área de mil metrosquadrados e a expectativa é que ele comece a funcionar no dia 29 de  fevereiro.Em 2007, osrecursos da Petrobras somaram R$ 600 mil. Mas a secretária adiantou queoutros R$ 600 mil já estariam garantidos junto à estatal, através darenovação do patrocínio. O processo de negociação para renovação do patrocínio deve durar cerca de dois meses.KátiaPerobelli lembrou que o Coleta Seletiva Solidária de Mesquita éreconhecido pelo Ministério das Cidades como uma das melhoresexperiências do estado do Rio. No ano passado, o projeto foi o vencedor do Prêmio do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) na categoria Administração Pública.