Programa dará apoio à aqüicultura ornamental, diz ministro em Manaus

28/01/2008 - 22h30

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O apoio à pesca de peixes ornamentais no Amazonas estágarantido pelo governo federal para este ano, informou o ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin. No último sábado (26),durante o Festival de Peixes Ornamentais – um dos mais importantes dosetor –, o ministro informou que o governo pretende implementar oPrograma Nacional de Apoio ao Desenvolvimento da AqüiculturaOrnamental. A medida, explicou, atende à necessidade deordenamento e de desenvolvimento da atividade no país. Entre as ações planejadas para a pesca ecultivo de peixes ornamentais está a melhoria da infra-estrutura deprodução e a necessidade de alfabetização e capacitação dos pescadores.Segundo Gregolin, em até 80 dias os projetos técnicos devem seravaliados para que os recursos comecem a ser liberados ainda este ano."A idéia é melhorar o processo de captura e comercialização dessespeixes. As propostas estão sendo consolidadas para que possamosimplementar esse plano. Para isso, vamos apoiar a organização e acapacitação dos pescadores, com investimentos em infra-estrutura eaté mesmo com a revisão da lista de captura", disse o ministro,ao lembrar que espécies como a arraia e o aruanã, têm a captura proibida no Brasil e liberada em países vizinhos, como a Colômbia.Para o ministro, o Amazonas é um estado prioritário diante da importância da pesca para a região. Só no município de Barcelos a previsão de investimentos federais é de mais de R$ 1 milhão. Em Manaus estão sendo investidos R$ 13 milhões para construção doterminal pesqueiro. "Também estamos investindo na construção de 14instalações de comercialização de alevinos no interior, para permitir areprodução cultivada de peixes no estado, que tem um grande potencialem função dos recursos hidrológicos, de espécies nobres e do clima",afirmou Gregolin, em entrevista à Agência Brasil.Ele destacou ainda a possibilidade de criação de um seloidentificador dos peixes ornamentais provenientes do Amazonas, o que poderá contribuir para a valorização comercial doproduto no mercado exterior. "Se conseguirmos ter um selo queidentifique esses peixes como originários da Amazônia, isso seguramentevai mehorar os valores de comercialização desses peixes, sobretudo nosprocessos de exportação", afirmou.No estado, a pesca de peixes ornamentais é fonte de renda paracerca de 10 mil trabalhadores. Barcelos é o maior pólo de captura dessetipo de peixes do país. Entre os principais problemas estão acriminalização da atividade, a exportação irregular e a pescapredatória. Dados da Secretaria apontam que o país está entre os mais importantes fornecedoresde espécies do clima tropical e sua maior produção é proveniente decapturas. Atualmente, os peixes de captura são os mais exportados,enquanto os de cultivo são mais presentes no mercado interno. A legislação brasileira permite o extrativismo para finsornamentais de 172 espécies de águas continentais e 135 marinhas. Cingapura, República Tcheca e Estados Unidos são os maioresfornecedores de peixes ornamentais do mundo. Na América do Sul, querepresenta em torno de 6% do total exportado mundialmente, os paísesmais representativos são a Colômbia, o Brasil e o Peru, que juntosexportam 96% dos peixes ornamentais do continente. O Brasil é osegundo maior exportador da América do Sul, e o décimo-sétimo nomundo – em 2005 vendeu mais de US$ 4milhões.