Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O médicoPablo Chacel, corregedor do Conselho Federal de Medicina (CFM), disse hoje (28) que ofato de várias mulheres que usaram a pílula do diaseguinte terem engravidado mostra que o medicamento não éabortivo. “Eu sou contra o aborto, e estou convencido de que ela nãoé abortiva”, afirmou.Segundo ele, a pílulapode agir de várias formas. Nos casos em que a mulher teveovulação, modifica a secreção femininadificultando o caminho do espermatozóide até o óvuloimpedindo a fecundação. Além disso, omedicamento inibe a ovulação femininacaso ela ainda não tenha ocorrido, impedindo que aconteçadepois do ato sexual, o que seria um risco de gravidez, já queos espermatozóides permanecem em atividade no aparelhoreprodutor feminino até 36 horas depois da ejaculaçãomasculina.Chacel alertou que apílula não deve ser usada como métodoanticoncepcional de rotina e destacou a necessidade do uso depreservativos. “O correto é usar uma pílularotineiramente, que é muito mais eficiente, e principalmenteusar um protetor, como uma camisinha, que ainda protegecontra as doenças sexualmente transmissíveis. Nãoé só de gravidez que as pessoas tem que se proteger,tem que se proteger de doenças”.Uma resoluçãoconcluindo que a pílula do dia seguinte não éabortiva e recomendando seu uso, mediante prescriçãomédica em casos de emergência urgência, foipublicada pelo CFM em dezembro de 2006. Em seu primeiro artigo, odocumento aceita “a anticoncepção de emergênciacomo método alternativo para a prevenção dagravidez, por não provocar danos nem interrupçãoda mesma”. O documento foi gerado a partir de estudos que incluíram,além da entidade, a Sociedade Brasileira de Ginecologia, a Sociedade Brasileira de Pediatria e aAssociação Médica Brasileira.