Medidas para conter crise nos Estados Unidos vão demorar para surtir efeito, diz professor

28/01/2008 - 15h41

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os efeitos das medidaseconômicas adotados pelos Estados Unidos para conter a crise nopaís ainda vão demorar para serem sentidos, avaliouhoje (28) o professor de macroeconomia da Universidade de SãoPaulo (USP) Geraldo Santana de Camargo, em entrevista ao programaRevista Brasil, da Rádio Nacional.Há duas semanas,o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou um pacotede medidas baseado no corte de impostos e na ajuda direta ao consumopara tentar conter a crise. A turbulência começou emagosto do ano passado quando financiadoras imobiliárias queemprestavam dinheiro sem exigir comprovação de rendaanunciaram prejuízos.De acordo com GeraldoSantana, as medidas só começam a ser sentidas daqui aum ano. “O que se sente é uma turbulência bastantegrande em todos os mercados, mas acredita-se que as medidas que estãosendo tomadas são no sentido correto e que essas turbulênciasvão tender a diminuir nas próximas semanas, nospróximos meses”, afirmou.Ele disse que caso oBrasil seja afetado pela crise, isso acontecerá num grau muitomenor do que em outras épocas. “O que estásalvando o Brasil é que ele tem uma credibilidade hoje porcausa das reservas disponíveis e de uma políticafiscal, que nós achamos que tem uma série de problemas,mas que ainda produz um superávit. Então, nossas contasestão ok e o Brasil está com uma tendência decrescimento mais para o mercado interno. Isso tem aliviado asconseqüências para o Brasil”, disse.O professor lembrou queem outros tempos, durante as crises do México, da China, daArgentina ou asiáticas, o Brasil passou por problemas naeconomia. Contudo, segundo o professor, nos últimos anos oBrasil tem feito uma disciplina econômica financeira que dáuma certa tranquilidade para o país. Mesmo assim, ainda deacordo com o professor Geraldo Santana, o governo brasileiro nãopode fechar os olhos para a crise norte-americana. “Nósvamos, provavelmente, ser também atingidos, mas num grau muitomenor do que historicamente nós temos sido”, disse.