Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise de crédito imobiliáriodos Estados Unidos, que tem provocado quedas nas bolsas de valores nomundo, gerou a saída líquida de US$ 1,8bilhão de investimentos estrangeiros no Brasil, em ações e renda fixa. Ainformação é do chefe do Departamento Econômicodo Banco Central, Altamir Lopes. “O que estamosobservando neste momento são saídas de fluxos voltadospara ações. O que não significa que nãovai se reverter mais à frente”, disse Lopes. Ele não precisouo valor retirado do país especificamente em ações.Lopesafirmou que, em contrapartida, o investimento estrangeiro direto (aquele que sedestina aos setores produtivos da economia e cria empregos) deveregistrar neste mês o melhor resultado histórico da sériedo Banco Central, iniciada em 1994. Até hoje (28), o ingressode investimento estrangeiro ficou em US$ 4 bilhões e aprojeção para o mês é de US$ 4,5 bilhões. “O investimentodireto mostra o apetite, a confiança do investidor estrangeirona economia brasileira. São fluxos permanentes, de mais longoprazo e mostram uma confiança maior do investidor nosfundamentos da economia brasileira”, afirmou Lopes. A projeçãopara este ano é de US$ 28 bilhões.Nos dados divulgadoshoje pelo Banco Central referentes a dezembro de 2007, os investimentos estrangeiros diretosficaram em US$ 886 milhões no mês e fecharam o anoem US$ 34,616 bilhões.O saldo da conta detransações correntes, que engloba a balançacomercial, serviços e rendas e transferênciasunilaterais, ficou negativo em US$ 699 milhões em dezembro, omenor déficit desde 2001, quando o valor chegou a US$ 1,687.No ano, o saldo de transações correntes ficou em US$3,555 bilhões. A conta de serviçose rendas fechou negativa em US$ 40, 570 bilhões. No caso deviagens ao exterior, incluídas na conta de serviços, osaldo negativo foi de US$ 3,258 bilhões, com receitas US$4,953 bilhões (dinheiro de turistas gasto no país) e despesas (dinheiro de brasileiros em viagens ao exterior) de US$ 8,211 bilhões.