Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A primeira remessa da ajuda enviada pelo governo brasileiro à população boliviana atingida pelas fortes chuvas das últimas semanas já chegou a Santa Cruz de La Sierra. De acordo com o capitão-de-mar-e-guerra, Mário Jorge de Menezes Araújo, o Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) desembarcou no final da manhã de hoje (28) com 2 mil kits de refeição, 500 barracas, 500 coletes e 10 botes salva-vidas com capacidade para 15 pessoas cada. “Três helicópteros já estão em Corumbá (MS) aguardando condições meteorológicas para prosseguir viagem. E o Hércules, que deverá retornar ainda hoje, fará uma outra viagem, talvez amanhã, para levar o restante da ajuda humanitária”, informou o capitão. Além do material, o Brasil também colabora com o envio de pessoal. “Os 40 militares envolvidos na operação de ajuda irão permanecer na Bolívia por um período de 15 dias auxiliando as operações de resgate e distribuição do material de sobrevivência. A permanência por um período maior depende da extensão dos estragos causados pelas chuvas”, acrescentou. O conselheiro da embaixada do Brasil em La Paz, Júlio Bitelli, disse que a ajuda brasileira foi, ao lado da venezuelana, uma das primeiras que chegaram à Bolívia. “Foi notável a rapidez com que os dois governos responderam ao pedido de ajuda boliviano”. Ele disse que a situação das enchentes na Bolívia é semelhante ao que ocorreu no ano passado, quando as chuvas torrenciais se prolongaram até março. Com isso, há uma preocupação de que o problema se agrave e que passe a atingir outros departamentos (o equivalente a estados, no Brasil), além dos de Santa Cruz, Beni e Cochabamba.Ele afirmou que, até o momento, 32 pessoas já morreram por causa das enchentes. Segundo Bitelli, uma reunião de emergência foi convocada pelo governo boliviano que resolveu destinar substancial montante de recursos para amparar os atingidos pela calamidade. “Até aqui na capital já sentimos os reflexos das chuvas: 40% de La Paz está com racionamento de água potável. Uma ponte desabou e, de acordo com as informações, um microônibus foi levado pelas águas”, informou. O conselheiro acrescentou que a situação é mais grave na região central do país. “O temor é que as chuvas, se estendendo até março, atinjam outros departamentos que estão situados na fronteira do país com o Brasil”, concluiu.